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Treinador portista perspetivou o FC Porto-Liverpool da 2.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, que se disputa esta quarta-feira no Estádio do Dragão (20h00)

O FC Porto recebe esta quarta-feira o Liverpool em jogo relativo à 2.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, no Estádio do Dragão (20h00, TVI). Na antevisão do encontro, Sérgio Conceição afirmou que vai ser um jogo difícil, não só pela desvantagem que os portistas trazem da 1.ª mão, mas também pela decisão da Liga Portuguesa de Futebol em agendar o próximo jogo dos Dragões para sábado (20h30). No entanto, o treinador portista garantiu que a equipa está motivada para tentar passar a eliminatória e garantir um lugar nas meias-finais da Liga dos Campeões.

Desvantagem de 2-0 da 1.ª mão
"O jogo fica difícil de preparar, não só pela desvantagem que temos, uma desvantagem de dois golos perante uma equipa que sabemos que é muito forte naquilo que são as saídas rápidas para o ataque. Temos de perceber os diferentes momentos do jogo, quando estamos a atacar, quando o adversário recupera a bola e parte rápido para o ataque. Tem uma dinâmica coletiva muito interessante e individualmente tem jogadores muito fortes nesse momento do jogo. No ataque posicional também é uma equipa forte, com constantes trocas posicionais, muita mobilidade, e este controlo do espaço vai ser fundamental para nós. E depois, obviamente sermos eficazes em termos ofensivos, conseguirmos estar perto da baliza percebendo que vamos ter ocasiões e que nesses momentos temos de as aproveitar, o que não aconteceu na semana passada."

Defrontar o Santa Clara no sábado
"A dificuldade da preparação passa também pelo jogo que vamos ter no sábado, contra o Santa Clara. Não havendo jogos no domingo, a Liga, quase por birra, marcou o nosso jogo para sábado. Imaginemos que na quarta-feira acontece o que aconteceu com a Roma, irmos a prolongamento e acabarmos o jogo perto de quinta-feira, e no sábado jogamos um jogo decisivo, porque todos os jogos do campeonato, como sabem, são decisivos. Aqui é um capricho da Liga, que foi para equilibrar em relação à outra equipa que joga na Europa. Isto não faz sentido nenhum. Até porque temos o exemplo da Holanda: na semana que o Ajax jogou com o Real de Madrid, o Ajax não jogou no campeonato, descansou, para estar em condições. A isto chama-se proteção a uma equipa que está na maior competição de clubes e que, não sabendo se foi por isso ou não, está agora a disputar os quartos de final da Liga dos Campeões. Não sei que tipo de canalização queremos, o que queremos deste campeonato, quem é que decide isto, mas a Liga tem de explicar o porquê de não jogarmos segunda-feira e o porquê de não se protegerem as equipas que estão, neste caso, a equipa que está na Liga dos Campeões que é o FC Porto. Isto também é uma preocupação para mim naquilo que é a preparação para este jogo, não é que eu pense em dois jogos, mas tenho de olhar para aquilo que é o principal objetivo para nós, que é o campeonato."

A chave para a vitória
"Quando era jogador, respeitava o que me diziam e dava o máximo de mim para que o caminho que o treinador me mostrasse fosse percorrido da melhor forma e para chegar ao fim dos 90 minutos e sair vencedor. Aqui, a equipa técnica mostra o caminho, a estratégia de jogo, o que fazer quando temos bola e quando não temos, onde vamos pressionar o adversário, onde queremos levar o adversário, tudo isso nós trabalhamos e damos, mas depois cabe aos jogadores interpretar e fazer, porque são eles os obreiros de tudo de bom que tem acontecido. Por isso é fácil, é assim em todo o lado, os treinadores trabalham e treinam a estratégia para o jogo, mas depois quem a executa são os jogadores. Eu não posso ir lá para dentro e meter a bola na baliza, se me dessem essa oportunidade eu entrava em campo, mas não dá. Por isso os jogadores não fazem mais, não é porque não querem, é porque por vezes no futebol a bola bate no poste e entra, ou sai por cima em vez de entrar."

O onze para enfrentar o Liverpool
"Tendo em conta o momento em que estamos, em função daquilo que vai ser o jogo amanhã e daquilo que vai ser o jogo do campeonato, apetece-me dizer que amanhã estou com certas dúvidas em formar um onze em função desta surpresa que a Liga nos causou, vamos ver. A justificação oficial acho que foi que nós jogámos com o Sporting de Braga no sábado e tínhamos de ter jogado na sexta-feira, mas nessa altura tínhamos jogadores a vir das seleções na quinta-feira, então o melhor que nos deram foi sábado às 15h30. Então não podiam facilitar duas vezes, esta segunda benesse não podia acontecer e por isso tínhamos de jogar obrigatoriamente sábado."

Só vitórias no Dragão nesta edição da Champions
"O trabalho é contínuo, não nos baseamos naquilo que pode ou não acontecer num determinado jogo ou num resultado mais positivo ou menos positivo. Baseamo-nos, sim, na qualidade dos jogadores que tenho à disposição e na grande ambição e determinação que eles têm em cada jogo que fazem. Obviamente que a nível emocional, não há motivação maior do que estar a disputar os quartos de final da Liga dos Campeões e poder fazer uma reviravolta histórica. A competição por si só já dá motivação a este grupo de trabalho, que não precisa desta motivação porque a nossa motivação é o trabalho que fazemos diariamente."

Adversário com qualidade reconhecida
"Eu acho que o Liverpool vai muito de encontro àquilo que eu penso que é o futebol. Gosto da dinâmica, do modelo de jogo, da forma como jogam e como estão com bola e sem bola. Vai muito ao encontro de como vejo o futebol. Na minha opinião, em muitos desses momentos, é talvez a melhor equipa do mundo, sem dúvida nenhuma."

A tragédia de Hillsborough
"Gostava de dar uma palavra a todos os adeptos do futebol, que gostam do futebol e em especial aos do Liverpool porque fez ontem 30 anos de uma tragédia e de um momento negro naquilo que é o futebol. Comparar isto a qualquer jogo é incomparável. Deixo aqui a minha palavra para eles."

Dois jogos como referência
"Temos de ser uma equipa extremamente forte no plano defensivo e ofensivo, ser uma equipa equilibrada, focada, concentrada e fazer um jogo como já fizemos. Lembro-me de dois jogos de referência para mim naquilo que foi a abordagem ao jogo no plano estratégico/tático e também a nível daquilo que foi o empenho individual de cada jogador dentro dessa estratégia. O jogo com o Leipzig aqui em casa, na época passada, e o jogo com a Roma, esta época, dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Acho que se estivermos a esse nível, vamos com certeza criar dificuldades ao Liverpool e vamos com certeza ter uma palavra a dizer nesta eliminatória."

A titularidade de Brahimi
"Um jogador que joga está contente, o que não joga fica menos contente e o que fica em casa menos contente fica. Faz parte daquilo que são os grupos de trabalho e faz parte daquilo que é a ambição de cada um. Não gostava de ver era um jogador que ficasse no banco ou de fora e ficasse contente e estivesse a sorrir. Dentro de campo vocês têm visto, sempre que é chamado, o Brahimi tem dado uma resposta fantástica, porque é um grande profissional, um grandíssimo jogador e um homem que sente a profissão. E eu gosto desse tipo de jogadores, com carácter, com personalidade, com profissionalismo e com uma vontade grande de cada dia ser melhor do que foi ontem. Isso para mim é que é importante."

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