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Sérgio Conceição perspetiva a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões (quarta-feira, 20h00)

O FC Porto recebe a Juventus no jogo inaugural da fase a eliminar da Liga dos Campeões (quarta-feira, 20h00, TVI/Eleven Sports). Na véspera do embate diante da formação comandada por Andrea Pirlo, relativo aos “oitavos” da liga milionária, Sérgio Conceição revela estar à espera de “uma Juventus forte, dentro daquilo que é a sua história”. “É uma equipa muito sólida e consistente, onde os jogadores se conhecem bem” e que “vai apanhar um FC Porto dentro daquilo que é o seu ADN”, acrescentou o treinador dos Dragões. Na ótica de Sérgio Conceição, o FC Porto vai-se apresentar “completamente estável” e focado “principalmente em não repetir alguns erros”. “Quem vive os jogos de uma forma apaixonada como nós vivemos no nosso clube e percebe as muitas injustiças que se passam, é normal que haja um manifestar de desagrado por algumas decisões que foram tomadas nesses jogos”, concluiu o timoneiro azul e branco.

Adversário forte
“Espero uma Juventus forte, dentro daquilo que é a sua história. Estamos a falar de uma equipa que talvez seja quem tem mais presenças nas finais da Liga dos Campeões. Mesmo não estando tão bem como as pessoas possam pensar e quando saiu o sorteio senti e ouvi algumas reações sobre os resultados menos positivos da Juventus. Ultimamente isso não é verdade, apesar de ter perdido com o Nápoles. Nos últimos oito jogos sofreram dois golos, é uma equipa muito sólida e consistente, onde os jogadores se conhecem bem. Há uma mentalidade muito própria dentro daquela equipa e daquele clube. Vamos apanhar uma equipa que ganhou 3-0 em Barcelona. É uma equipa forte, com as dificuldades normais dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Claro que a Juventus também vai ter dificuldades porque vai apanhar um FC Porto dentro daquilo que é o seu ADN. Com uma mentalidade vencedora independentemente do adversário que temos pela frente. Com a capacidade de perceber o que temos de fazer nos diferentes momentos do jogo e indo à procura do resultado positivo, que é a vitória. Isso é o que nós queremos.”

Ronaldo
“Uma equipa é uma equipa, não é um desporto individual. Sabemos que em qualquer momento o Cristiano pode decidir um jogo, por isso é considerado o melhor jogador do mundo. Nós temos de ser uma equipa sólida, uma equipa compacta e coesa, à imagem do que temos feito na Liga dos Campeões. E temos de perceber de que espaço é que o Cristiano gosta, assim como o Morata, o Kulusevski ou quem jogar na frente. No último terço é um jogador fabuloso, é o melhor do mundo sem dúvida.”

Francisco Conceição
“Faz parte de uma lista de jogadores que estão inscritos, como todos os outros.”

Juventus
“Além da qualidade individual, porque são todos jogadores de altíssimo nível, em termos coletivos é uma equipa que, quando tem bola, sabe o que faz. Com jogadores tecnicamente fortes, que dificilmente perdem a bola. São também fortes a explorar o espaço nas costas da linha defensiva adversária. Nas alas, não estando o Cuadrado, eu penso que jogará o Chiesa, que é um jogador muito interessante com bola e que aparece muito bem em zonas de finalização, porque a posição origem dele é segundo avançado. Pela esquerda talvez o McKennie, que é mais médio e tem um equilíbrio muito interessante. Tem uma dinâmica interessante a que nós temos de estar atentos. Não só a essa mesma dinâmica, mas ao que eu acho essencial, para a equipa que vai jogar e para as caraterísticas dos jogadores. Quando estão no meio-campo ofensivo conseguem ter várias soluções para chegar à baliza do adversário.”

Registo defensivo na Europa e em Portugal
“Os jogadores sabem o que é que se passa porque já falámos algumas vezes sobre isso. Não é um problema por termos sofrido dois golos com o Boavista, já se arrasta há algum tempo. Não é normal as minhas equipas sofrerem tantos golos, principalmente em casa. Tem a ver com a forma como atacamos, dando possibilidade ao adversário de contra-atacar.”

Sentimento de orgulho perante um grande atleta
“O Cristiano tem de ser um orgulho para todos os portugueses, isso é inequívoco. Já faltam adjetivos para qualificar a qualidade dele. Os números falam por si, não vale a pena estarmos a massacrá-lo de elogios, porque esses são fáceis de colar na carreira dele. Ser ou não o melhor jogador de sempre para ele não é importante e para mim, enquanto treinador do FC Porto, sinceramente também não é muito importante. Importante é perceber que temos um jogador que quando representa a seleção nacional só temos de o aplaudir pelo que fez. Temos um atleta de elevado nível e que vai ficar eternizado na história do futebol mundial. Como português isso deixa-me muitíssimo orgulhoso.”

Tecatito, um histórico portista
“Claro que é. O Cristiano jogaria na nossa equipa, mas não sairia o Corona. 250 jogos, tem ganho títulos… Todos os jogadores que passam por aqui ficam na história do FC Porto.”

Sobrecarga competitiva
“Fizemos cinco jogos com um intervalo de três dias e este, com a Juventus, vai ser ao quarto dia. Deu para estar mais um dia em casa, porque normalmente estamos um dia em casa e dois em estágio e chegamos fora de horas a casa, porque os jogos são tardíssimo. Isso são situações que temos de analisar, e digo temos para o futebol em Portugal, antes dos campeonatos. Agora não há nada a fazer, temos de jogar. É bom sinal termos esta densidade competitiva, quer dizer que estamos na Taça de Portugal, na Liga dos Campeões, a disputar o campeonato nacional e disputámos a final four da Taça da Liga porque somos um clube grande que tem de estar em todas as competições. O que se tem a fazer para não acumular jogos desta forma é no início do campeonato, quando as pessoas estão no Algarve a passar férias. Se calhar convém ter umas reuniões para planear bem todas essas competições que prejudicam as equipas portuguesas na Europa. Não tenho a menor dúvida disso. Tivemos o exemplo do Olympiacos que, por iniciativa da federação, anulou o jogo do campeonato para estar bem contra nós. Não é a mesma coisa nós termos uma semana limpa ou dois dias para preparar um jogo. Dois não, eu diria um, que foi hoje. E vamos, à tarde, fazer alguma coisa no Estádio do Dragão, porque não dá para acumular tudo numa unidade de treino.”

Transição rápida
“É um dos momentos importantes do jogo, porque a Juventus é uma equipa que assume o jogo. Não por estratégia, mas por ser uma equipa grande e poderosa. Em alguns momentos vamos estar a defender num bloco mais baixo e teremos que aproveitar esse momento do jogo, percebendo que espaços é que a Juventus nos dá e percebendo que centrais é que vão estar. Porque uns são diferentes dos outros, uns são mais jovens do que outros. O Bonucci e o Chiellini são jogadores muito experientes que limpam tudo. Isso é analisado e esse momento do jogo é importante para nós e para qualquer equipa. No campeonato tem sido para as equipas que jogam contra nós.”

Equilíbrio emocional
“Completamente estável. Completamente focados no jogo de amanhã e, principalmente, em não repetir alguns erros. Vamos analisando e percebendo que os cometemos e que temos que melhorar certamente. Qualquer jogo dos oitavos da Liga dos Campeões é de altíssimo nível e ao mínimo pormenor pode-se perder o jogo. Temos de estar completamente focados, a concentração competitiva é essencial que esteja no máximo. A confiança também. Depois, a nível emocional, o grupo está consciente do que tem de fazer, mas não é só na Liga dos Campeões. Houve incidências nos últimos três ou quatro jogos que não são normais, já tive oportunidade de falar delas no final do jogo passado. Mas isso é o que temos, com certeza que as coisas melhorarão para todos. Eu espero verdadeiramente que sim.”

Três centrais
“O FC Porto já jogou dessa forma. Na Champions jogou nos dois jogos com o Manchester City, com nuances diferentes. É um sistema como outro qualquer. Dentro desse sistema é importante referir e perceber que centrais é que temos à disposição.”

Passado como jogador em Itália
“Os anos que passei em Itália foram muito importantes. Na altura era o campeonato mais forte do mundo. Com os diferentes treinadores que tive, e com o próprio campeonato, aprendi sempre muito. Mas ser jogador é completamente diferente de ser treinador. Não tem nada a ver. Obviamente que vamos apanhando e bebendo algumas coisas que fazem parte do nosso trajeto como jogadores, mas não é comparável a vida de um jogador de grande nível com um treinador de grande nível.”

Histórico recente
“Os jogos são todos diferentes. Eu diria que os jogos com o Manchester City não têm a ver com o que a Juventus faz. Apesar de a Juventus ser uma equipa que também gosta de ter bola. Têm uma posse de bola acima da média e com grandíssima qualidade, porque têm jogadores tecnicamente fortes e evoluídos. O que se vai passar com a Juventus não vai ser o mesmo que se passou com o Manchester City. Disso eu tenho a certeza absoluta. Estamos a falar de duas equipas muito fortes e que gostam de ter bola, mas com dinâmicas diferentes. Sobre o nervosismo, eu sou nervoso por natureza. Vocês já me conhecem e em Itália também. Não há nervosismo, foram as incidências dos jogos que levaram a que se passassem algumas cenas que, quem vive os jogos de uma forma apaixonada como nós vivemos no nosso clube e percebe as muitas injustiças que se passam, é normal que haja um manifestar de desagrado por algumas decisões que foram tomadas nesses jogos. Aproveito para dizer que nós mentalmente estamos muito fortes para amanhã.”

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