Sérgio Conceição mantém a chama do Dragão bem acesa na perseguição à liderança do campeonato
O ducentésimo jogo de Sérgio Conceição ao comando FC Porto terminou como a maioria dos 199 anteriores: com uma vitória azul e branca. Na noite desta segunda-feira, nos Barreiros, os campeões nacionais precisaram de esperar até ao tempo de compensação para consumarem um triunfo inteiramente merecido. Depois de bater o Marítimo, na Madeira, por 2-1, o treinador do FC Porto fez questão de começar por “mandar um abraço à família do Alfredo Quintana”, em nome “da família portista”, e de “pedir a Deus para que tudo corra pelo melhor”. Quanto ao jogo, Sérgio Conceição considerou ter defrontado um adversário “muito competente”, num jogo “com dificuldades” no qual os Dragões tiveram de “procurar algo de diferente” para conseguirem desfazer um empate que estava longe de satisfazer o técnico, que fez questão de realçar: “Sabíamos que estes três pontos eram importantes”.
Força, Quintana!
“Antes de mais queria mandar um abraço à família do Alfredo Quintana. Dizer-lhes que neste momento todos somos poucos para rezar por ele e pedir a Deus para que tudo corra pelo melhor. Um abraço muito grande da família portista, especialmente do meu grupo de trabalho, para a sua família. Em segundo lugar quero agradecer aos meus jogadores porque tiveram um gesto fantástico no final, ao me oferecerem uma camisola comemorativa dos duzentos jogos pelo FC Porto, numa caminhada que tem sido cheia de paixão, de ambição e com muitos deles que estão desde o início aqui comigo. A todos os que partiram, que fizeram parte do meu grupo de trabalho, e aos que vieram entretanto, o meu muito obrigado.”
Marítimo organizado atrás
“O Marítimo fez um jogo muito competente. Nós sabíamos, e eu sei, que este grupo do Marítimo tem bons jogadores, individualmente acima da média. Isso quer dizer que, se a equipa for organizada como hoje e trabalhar tão bem durante tanto tempo a nível defensivo, depois a nível ofensivo têm jogadores que podem fazer a diferença e criar problemas aos adversários. É verdade que estavam muito bem no jogo, não só na largura defensiva que procuravam ter para bloquear o nosso jogo nos corredores. No corredor central tiveram sempre muitos homens muito pressionantes que dificultaram a nossa circulação. É um jogo sempre com dificuldades. Fizemos o golo, criámos mais uma situação de bola no poste em que podíamos ter feito outro golo… Num canto, com o Zaidu praticamente só, faltou ali alguma comunicação. Penso que não foi uma combinação, mas um canto falhado, e nesse mesmo canto sofremos o empate. Isso torna tudo mais difícil, galvaniza um adversário que necessita muito de pontos e que se estava a sentir confortável com um bloco muito baixo, a defender quase em cima da grande área. Cabia-me a mim, com as soluções que tinha no banco, procurar algo de diferente. Fui mexendo porque estava a ver que não era tão necessário o poder físico, mas sim jogadores que conseguissem, como se costuma dizer, arranjar espaços dentro de uma cabine telefónica e desmontar a organização defensiva do adversário.”
Mais perto da vitória
“Tenho uma confiança enorme nos meus jogadores. Mesmo ficando numa situação desprotegida, em igualdade numérica atrás, sabíamos que estes três pontos eram importantes. À medida que o campeonato vai avançando percebemos que não podemos alargar mais a distância para o nosso rival da frente. Temos que a encurtar e aqui tentámos de tudo para ganhar o jogo. No final fomos felizes, tivemos uma pontinha de sorte que é importante e que às vezes nos tem faltado. Ao contrário do jogo passado, em que num canto que não existe acaba por ser golo do Boavista. Hoje, numa bola controlada e tranquila do Zaidu, surge um canto. Nesse canto, meio estranho, sofremos um golo. Tem-nos faltado essa pontinha de sorte, mas com este acreditar e esta determinação… Deixe-me só valorizar os jogadores que entraram, e não estou a falar do Francisco (Conceição), estou a falar do Marko (Grujic). A dois minutos do fim entrou com uma vontade enorme, sabendo que é importante para segurar um resultado fundamental para nós. Do Toni (Martínez), que perde uma bola na frente e faz um sprint de vinte ou trinta metros para vir recuperar a bola sobre a linha defensiva. Isto para mim são sinais muito importantes que eu recebo do meu grupo de trabalho. Assim podemos não ganhar sempre, mas estamos mais perto da vitória sem dúvida nenhuma.”
Clássico frente ao Sporting
“É uma jornada importante. Se queremos reabrir o campeonato é uma jornada importante para nós. Temos de ir à procura do mesmo de sempre, que é a vitória.”
200 encontros ao leme dos Dragões
“Há alguns jogos fantásticos. Estou a falar da preparação e da interpretação da estratégia para o jogo. Estou-me a lembrar do Leipzig, na Liga dos Campeões, ou da Juventus, que também foi um jogo bastante bem conseguido. Mas acho que são todos os jogos que valeram títulos. Aqui neste clube não festejamos vitórias, festejamos títulos. Isto foi o somatório de muitos jogos que nos levaram a conquistar cinco títulos e não queremos ficar por aqui.”
Calendário preenchido
“Fizemos cinco jogos em quinze dias, é uma densidade competitiva incrível. São todos jogos difíceis, que podem ser decisivos para nós e para as equipas que vão jogar contra nós, que também sabem das dificuldades que vão apanhar ao jogarem contra o FC Porto. Os grandes clubes gostam destes momentos e nós estamos preparados para eles.”
Francisco Conceição
“Eu nunca fui pressionado por ninguém para meter este ou aquele jogador. Eu funciono pela minha cabeça, e pela opinião da minha equipa técnica, mas no fim é o Sérgio Conceição que decide. Porque é o Sérgio Conceição que paga também. O Francisco é um miúdo que está a começar, que tem uns minutos e um trajeto todo para fazer na Primeira Liga. Assim como muitos miúdos da equipa B a quem estamos atentos para, quando eu entender, poderem ser chamados.”
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