Sérgio Conceição foi o grande homenageado em mais um jantar de exaltação do portismo organizado pela Comissão de Recandidatura à presidência Jorge Nuno Pinto da Costa. Convidado a usar da palavra na cerimónia que decorreu na noite desta terça-feira em Vila Nova de Gaia, o treinador do FC Porto recordou os “primeiros passos no clube” ao longo dos quais foi “alimentando a determinação e ambição” que tem para “ser melhor todos os dias” e “poder conquistar títulos”.

Acabado de vencer mais uma Supertaça, a terceira do palmarés pessoal e a 23.ª das vitrines dos Dragões, Sérgio Conceição virou o foco para “o próximo jogo contra o Marítimo”, partida “importante na caminhada rumo ao principal objetivo” que terá o FC Porto como “primeiro alvo a abater”. Nas palavras do técnico, “jogadores, staff, todos os departamentos, administração e adeptos devem ter noção das dificuldades” e “humildade para as enfrentar”, pois só assim será possível “conseguir o máximo de êxitos para o clube”.

32 anos de ligação ao FC Porto
“Não tenho grande jeito para festas, como vocês sabem, mas obviamente que fico muito tocado e sensibilizado por esta homenagem, principalmente vindo desta Comissão de sócios que vive de forma tão vincada, dedicada e apaixonada o nosso clube. Deixa-me emocionado e com dificuldade em expressar tudo o que sinto. Ofereceram-me uma lembrança com uma foto de um dos meus filhos e todos sabem que a minha família é extremamente importante, mas eu também estou em família neste momento. O espírito do FC Porto está aqui. Eu vejo a forma como cada um fala do nosso clube com um brilho no olhar, que foi como me habituei a fazer desde que tenho 15 anos e, através do senhor Raúl Peixoto, comecei a dar os primeiros passos no nosso clube. Fui alimentando esta determinação e ambição que tenho em ser melhor todos os dias no meu trabalho para poder conquistar títulos, que é o que tento fazer juntamente com uma equipa técnica muito competente nos vários departamentos que trabalham comigo diariamente. Fico muito feliz e sensibilizado, sinceramente. Acho que este meu lado sisudo, de não ser tão feliz nestes momentos, tem a ver com a responsabilidade de perceber que nós, Futebol Clube do Porto, não festejamos títulos passados mas sim os que hão de vir. O próximo jogo contra o Marítimo pode ser importante na nossa caminhada rumo ao principal objetivo, que é o campeonato nacional. Espero, no futuro, continuar a merecer a vossa estima e consideração, porque a minha por vós será eterna. Por vocês, sócios, adeptos e simpatizantes do FC Porto.”

Sempre a postos
“O mais importante é olharmos para o presente e futuro, recordando coisas boas e menos boas que aconteceram no passado. Obviamente que queria ter ganho cinco campeonatos em cinco anos, mas olhamos para o próximo jogo com a seriedade de sempre. Sabendo que é o culminar de uma semana de trabalho e por isso digo que o trabalho diário é o mais importante de todos, porque o jogo é o reflexo do que se passa durante a semana. Estamos preparados para iniciar o campeonato, fortes e dedicados como sempre, respeitando sempre o adversário e sabendo que essa humildade e respeito é a base do sucesso.”

Humildes e cientes dos obstáculos
“Os adeptos são como eu, gostam de ganhar. Gostam de festejar títulos. Os adeptos são fundamentais nesta nossa caminhada. A grande alma do FC Porto são os adeptos e eu acho que temos de remar todos para o mesmo lado sabendo que as dificuldades vão ser muitas. Somos detentores do título nacional, da Taça, da Supertaça e somos o primeiro alvo a abater. Jogadores, staff, todos os departamentos, administração e adeptos devem ter noção das dificuldades que vamos encontrar e ter humildade para as enfrentar. Só assim podemos ganhar.”

Jorge Nuno Pinto da Costa, sempre o número um
“Sou apenas um elemento que tenta, dentro da minha responsabilidade profissional, dar o meu melhor. Temos um líder que há 40 anos tem trabalhado de forma ímpar e fantástica, que é o nosso presidente, e esse sim é o principal responsável. Tudo o que está abaixo do nosso presidente tem que dar o seu melhor para conseguir o máximo de êxitos para o clube porque é para isso que trabalhamos. Dentro deste grupo sou só mais um elemento em busca do sucesso. O grande responsável é e será sempre o líder máximo, o nosso presidente.”

Apaixonado pelo clube e pela profissão
“É simples. Está aqui um grupo de sócios com um passado incrível de dedicação e paixão a este clube. O que me motiva é exatamente isso, a paixão que tenho pelo futebol e, principalmente, pelo FC Porto. Além do que gosto de fazer, que é ser treinador, treino o clube do meu coração e não há nada melhor do que isso.”

Recorde de títulos a par de Artur Jorge
“São números interessantes, que podiam ser de outra dimensão, mas nós olhamos para a globalidade. Entrei no clube numa situação muito difícil a nível financeiro, como sabem, e promovemos alguns jovens jogadores, o clube estabilizou financeiramente, mas o que eu e toda a gente quer cada vez mais são títulos. Esses recordes só fazem sentido se conquistarmos títulos, que é o que me deixa verdadeiramente feliz. Todas as pessoas que passam aqui têm o seu nome gravado na história. Há uns que têm a felicidade de trabalhar há mais tempo, como eu, que tenho de agradecer ao nosso presidente, e conseguem ganhar. A história, o passado, temos um museu lindíssimo, talvez o mais bonito do mundo, mas eu trabalho a pensar no próximo treino, no próximo jogo e na próxima vitória, que é o que nos identifica enquanto clube.”