Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas nasceu no Porto, a 17 de outubro de 1977.

As suas raízes familiares estão intimamente ligadas à fundação do FC Porto em 1893, tanto com António Nicolau de Almeida como com José Monteiro da Costa. A ligação remonta a José Gerardo Villas-Boas, bisavô do líder portista, cujo herdeiro, Gonçalo Manuel, se casou com Margaret Neville Kendall, filha de Edward Kendall e sobrinha de Albert e Alfred Kendall, comerciantes radicados na cidade que ajudaram António Nicolau d’Almeida a fundar o FC Porto e que participaram no primeiro jogo do clube, frente ao Clube Lisbonense. Mais tarde, em 1906, José Monteiro da Costa retomou a atividade desportiva da instituição e José Gerardo Villas-Boas foi um dos primeiros sócios a filiar-se.

O orgulho em ser portista e a paixão pelo futebol contagiaram André Villas-Boas desde cedo e a sua presença no Estádio das Antas, como adepto, era habitual. O jovem, apaixonado pelo desporto-rei, como praticante, teve breves passagens por clubes locais, como o Ramaldense e o Marechal Gomes da Costa.

Os aspetos técnicos do jogo e o treino entraram rapidamente na vida do adolescente que, num ato pensado e ponderado, interpelou o então treinador do FC Porto, Bobby Robson. O tema da conversa era Domingos Paciência, ídolo de então de Villas-Boas. Surpreendido pelo que ouvira, o Sir Bobby Robson introduziu o jovem de 17 anos no mundo do futebol, incentivando-o a formar-se e a frequentar cursos de treinador em Portugal e no Reino Unido, onde acompanhou o Ipswich.

Com apenas 21 anos, concorreu a uma vaga para a Federação das Ilhas Virgens Britânicas, que tinha visto na revista trimestral da Associação de Treinadores da FA, e tornou-se coordenador técnico para o desenvolvimento do futebol jovem do pequeno país do Caribe. Mais tarde, subiria a diretor técnico da federação local.

Regressa passado pouco tempo ao FC Porto onde orientou todos os escalões da formação portista, desde as escolinhas até aos juniores, e desempenhou várias funções técnicas no clube, do scouting à observação. A chegada de José Mourinho ao FC Porto trouxe-lhe novas responsabilidades e, durante as duas temporadas em que o clube venceu vários títulos nacionais e internacionais, como a Taça UEFA de 2002/03 e a Liga dos Campeões de 2003/04, Villas-Boas passou a integrar a equipa técnica do plantel principal.

Em 2009, estreou-se como técnico principal na Académica de Coimbra e logo evidenciou o potencial que lhe era reconhecido. Esse caminho levou-o a receber um convite para assumir o comando do FC Porto passado um ano. A oficialização deu-se a 2 de junho de 2010 e bastou uma época para Villas-Boas conquistar uma Supertaça Cândido de Oliveira, um Campeonato Nacional – festejado, sem derrotas, com uma vitória épica no estádio do maior rival –, uma Taça de Portugal e a Liga Europa.

Tornou-se também o mais jovem treinador de sempre a ganhar uma prova europeia. Como reconhecimento do sucesso, mas sobretudo enaltecendo o amor ao clube de sempre, o FC Porto decidiu atribuir-lhe, em 2011, um Dragão de Ouro. Após receber o troféu das mãos de Jorge Nuno Pinto da Costa, proferiu um discurso que perdura na memória dos portistas.

Prosseguiu a carreira em vários emblemas reputados do futebol europeu e asiático, como o Chelsea, o Tottenham, o Zenit, o Shanghai SIPG e o Marselha.

Começou a preparar a candidatura à presidência do FC Porto em 2022. Tendo recebido o apoio e incentivo de muitos sócios e adeptos, André Villas-Boas definiu como bandeiras a modernidade, os valores, o rigor, o planeamento, o trabalho, a dedicação e o trabalho para manter o clube triunfante.

A 27 de abril de 2024, a lista que liderou recebeu a preferência de 80% dos votos nas eleições mais concorridas da história azul e branca, em que participaram quase 27.000 associados do clube. André Villas-Boas tomou posse como 32.º presidente do FC Porto a 7 de maio de 2024.