FCP logo

Casa-mãe do projeto Dragon Force foi inaugurada a 4 de setembro de 2008

“Marcante”. Foi esta a primeira palavra da reportagem da revista Dragões sobre a renovação do Constituição Park. A 4 de setembro de 2008, aquele que foi o segundo campo da história do FC Porto, ganhava uma nova vida e um novo e velho propósito: servir o projeto Dragon Force, que arrancaria dois dias depois, e continuar como apoio importante da formação portista.

O Constituição Park celebra 10 anos de mãos dadas com o projeto que o relançou e com as memórias do primeiro dia ainda bem frescas. O primeiro dia do resto da vida, como diz a canção. O primeiro dos primeiros, esse, tem mais de um século. Mas já lá vamos.

O presidente Jorge Nuno Pinto da Costa liderou a comitiva que marcou presença no dia 1 do Constituição Park. Uma obra erguida em parceria com a Unicer e que, desde logo, cativou tudo e todos. Da antiga Constituição restou a placa identificativa usada na fachada e que ainda hoje é a imagem de marca do local: Foot-ball Club do Porto. Assim mesmo, à antiga, como no tempo dos “goals”, dos “forwards” e dos “backs”. Quando a linguagem do futebol era como o futebol em si no nosso país: uma criança a desenvolver-se.

Lá dentro nasceu um campo de futebol de 11 em relva sintética, que integra, em si, dois campos de futebol 7. Existe ainda outro, neste formato, coberto. Ambos com luz artificial. A isto juntam-se os balneários para atletas, treinadores e árbitros, sala multiusos, departamento médico, escritórios, Loja do Associado, FC Porto Store e muito mais. O moderno futebol encontrou espaço num campo mítico. Marcante, como o tal dia da inauguração. Como era desejo, de resto, de Pinto da Costa.

“É uma satisfação enorme para todos os que, como eu, jogaram futebol e dirigiram equipas neste recinto, pleno de significado para o FC Porto. Evocamos da melhor forma todos os grandes campeões que por aqui passaram e pretendemos continuar a formar homens e campeões neste espaço”, afirmou, na altura.

Do plantel do FC Porto à data estiveram presentes os dois capitães de equipa: Pedro Emanuel e Lucho González. O primeiro apontava, desde logo, a importância do espaço para o futuro do clube: “O FC Porto preocupou-se em criar condições para que os jovens possam receber formação, para evoluírem como jogadores e enquanto homens.”

O Constituição Park, ficou, desde logo, como “casa-mãe” da Dragon Force que, depois, se foi espalhando pelo país e pelo mundo. Antes desta remodelação, de resto, já recebia equipas da formação do FC Porto, no longo período após ser substituído pelo Estádio das Antas.

Constituição: o primeiro título e as primeiras estrelas

Muito antes de tudo isto, o Campo da Constituição foi inaugurado a 1 de janeiro de 1913, substituindo o Campo da Rainha, primeira casa do FC Porto. O aluguer anual era de 350 escudos e a inauguração teve direito, dias mais tarde, a jogo entre o FC Porto e o Oporto Cricket and Lawn Tennis Club, nome forte do panorama desportivo da cidade e do país, por aquela altura.

Palco dos primeiros grandes êxitos desportivos do FC Porto, como a conquista do primeiro Campeonato Nacional num jogo frente ao Benfica em abril de 1939, o Campo da Constituição tinha uma famosa bancada em madeira a toda a largura do lado esquerdo, que, dizem os que por lá passaram, tremia a cada golo do FC Porto.

Pinga, Valdemar Mota, Acácio Mesquita, Siska ou Araújo foram algumas das referências do FC Porto nos anos da Constituição e responsáveis pela dita tremedeira na bancada. O peão, contudo, era o ponto de encontro da maioria dos portistas. Um deles, a certa altura, foi o próprio Jorge Nuno Pinto da Costa que, com 8 anos e na companhia do irmão José Eduardo, assistiu lá ao seu primeiro jogo ao vivo do FC Porto. A história já foi contada noutras entrevistas. O duelo era com o Sp. Braga e o jovem Jorge Nuno, tapado pelos mais velhos, pouco viu do jogo: “No meio da multidão, só via as bolas chutadas por cima da baliza”.

Em 1939, o campo da Constituição sofreu importantes obras de remodelação, mas por essa altura já começava a ser demasiado pequeno para um clube em franco crescimento como o FC Porto que, até se instalar definitivamente no Estádio das Antas, em 1952, ainda recorreu pontualmente a casas emprestadas como o Estádio do Lima ou o Campo do Ameal.

Hoje em dia, como nos primórdios, a Constituição é uma casa de futebol, mas também é verdade que, pelo meio, recebeu jogos de andebol de 11 e hóquei em campo, modalidades históricas do FC Porto entretanto extintas, além de provas de atletismo e, no antigo rinque anexo, jogos de Hóquei em Patins.

    O Portal do FC Porto utiliza cookies de diferentes formas. Sabe mais aqui.
    Ao continuares a navegar no site estás a consentir a sua utilização.