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Sérgio Conceição reconhece o favoritismo mas quer ver um FC Porto a cem por cento na 3.ª eliminatória da Taça em casa do GD Fabril

O FC Porto inicia a defesa do título na Taça de Portugal este sábado, no Estádio Alfredo da Silva, diante do GD Fabril. Na antecâmara da deslocação ao Barreiro, relativa à terceira eliminatória da prova rainha do futebol português, Sérgio Conceição reforçou o “carinho muito especial” que sente por uma competição que quer “iniciar bem” para “revalidar o título de campeão”. “Estamos conscientes das dificuldades que podemos encontrar se não estivermos ao nosso nível habitual”, acrescentou o técnico responsável pela Dobradinha em 2019/20, que fez questão de relembrar aos jogadores que o calendário não dá tréguas aos Dragões: “São onze jogos até ao final do ano em que muitos deles são decisivos”.

Duas semanas para trabalhar com os reforços
“Estas duas semanas foram boas pelo tempo que tivemos para trabalhar com os jogadores que ficaram. Obviamente que o desejável era termos mais jogadores à disposição, mas para nós também é bom sinal termos muitos jogadores nas seleções. Mesmo assim poderia haver um ajuste no calendário das seleções e das provas em que estamos inseridos. Estas duas semanas permitiram-nos trabalhar especificamente com alguns jogadores que ainda não estavam tão bem dentro do processo e da dinâmica da equipa. Claramente, foi interessante.”

Objetivo é revalidar o título
“Nós preparamos o jogo sem pensar que possa ser uma vitamina ou um suplemento importante para um ou outro jogador. Nós preparamos o jogo dentro da estratégia definida por nós para defrontar um adversário da qualidade do que vamos defrontar, do Campeonato de Portugal, e que nós temos de estar atentos. Como vocês sabem, a Taça é uma prova fantástica por quem eu tenho um carinho muito especial. Desde miúdo que me habituei a olhar para a Taça dessa forma, até por essas surpresas que, de vez em quando, aconteciam, na tal festa da Taça. Nós não queremos que isso aconteça nem sermos surpreendidos com esse tipo de situações que tantas vezes acontece nesta prova. É a prova rainha, é a prova que nós ganhámos e queremos iniciar bem a caminhada para revalidar o título de campeão.”

Relaxamento pré-Champions
“Espero que não, isso faz parte do trabalho de preparação do jogo. Os jogadores estão muito comprometidos. Eu acho que, a cada dia que passa, mesmo os jogadores novos que entraram e que, inicialmente, poderiam ter alguma dificuldade, já vão encaixando na forma exigente como trabalhamos diariamente aqui, com muita seriedade, independentemente do adversário que vamos defrontar. Temos que olhar muito para o que nós somos, para a nossa história, para o clube que representamos. Isso, por si só, é sinónimo do rigor, da exigência e do trabalho sério, independentemente do adversário. Estamos conscientes das dificuldades que podemos encontrar se não estivermos ao nosso nível habitual.”

Preparação feita jogo a jogo
“Vocês já perceberam que o treino é que dita quem é que eu utilizo. Poderá haver uma ou outra exceção, como um jogador que possa ser utilizado que não tenha estado tanto tempo connosco nas últimas unidades de treino. Normalmente eu funciono dessa forma, há uma preparação que é feita para o jogo, e a preparação não é ter uma bola e meter os jogadores a treinar. É olhar para o que nós somos, para o adversário, e gosto de utilizar os jogadores que estão dentro dessa preparação. Se isso tem a ver com algumas mexidas, provavelmente terá. Mas não por falta de respeito pelo adversário nem pela prova, mas porque a preparação foi feita desta forma, sem pensar no jogo de terça-feira em França. Disso não tenham a menor dúvida. Quem faz as coisas dessa forma normalmente acaba por se dar mal nos dois jogos. E eu não estou para aí virado. Alguns jogadores tiveram viagens mais longas, uns foram mais utilizados que outros, e nós estamos atentos a isso. Recebemos todos os registos dos jogadores nos jogos e nos treinos, percebendo o estado e o trabalho que é feito nas diferentes seleções. Estamos bem documentados a esse nível, alguns chegaram ontem à tarde, o Mbemba chegou à noite, e isso tem peso. Não é só o jogo que fizeram na seleção, mas também a viagem cansativa que fizeram. Isso tudo tem peso e entra na balança do próximo jogo, seja contra o GD Fabril, seja contra o Marselha ou seja na primeira liga.”

Ciente do histórico portista no Barreiro
“Na preparação do jogo conhecemos o adversário. Conhecemos a estrutura, sabemos que joga num 4-4-2, que pode jogar com o João Araújo atrás do avançado e ser mais um 4-2-3-1 ou um 4-3-3 do que um 4-4-2. Nós estamos atentos a essas nuances e a essas variantes da equipa adversária, pelo respeito que nos merece o GD Fabril. Não se esqueçam que, em 1976, a CUF desceu e eram jogos extremamente difíceis e competitivos no Barreiro. Nós conhecemos a história, o adversário torna-se mais ou menos frágil dependendo do que nós fizermos porque somos claramente favoritos para este jogo, mas sempre com o máximo respeito. Percebendo algumas fragilidades do adversário e trabalhando todos os momentos do jogo. Pela seriedade da preparação do jogo, os jogadores percebem que temos de estar ao nosso melhor nível.”

Felipe Anderson
“Não gosto de individualizar, mas o Felipe Anderson tem trabalhado muito bem. Naquilo que é o treino não há absolutamente nada a dizer. Nestas duas semanas de trabalho o Felipe também se incluiu, agora depende da capacidade dele de meter no treino aquilo que eu quero para que isso seja visível no jogo. Claro que conto com ele.”

Hulk e Marega
“O Hulk não é opção para o GD Fabril, o Marega é opção para o GD Fabril.”

Calendário preenchido até 2021
“Eu tive esse discurso com os jogadores no balneário. São onze jogos até ao final do ano em que muitos deles são decisivos. Está em jogo a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a passagem na Taça de Portugal, na Taça da Liga também, temos de nos colar rapidamente ao primeiro classificado e voltar a ganhar de uma forma regular, que não tem acontecido. É falado, sim, nós alertamos para isso e hoje tivemos o grupo todo à disposição. Foi essa a mensagem que transmiti e o alerta que dei. Temos que entrar jogo a jogo, sei que é um chavão, mas temos de nos focar nesta viagem a Lisboa e no GD Fabril.”

Pepe
“Não sabemos, é uma lesão muito chata, como eu sou às vezes. Não vai estar disponível para este jogo e dificilmente estará para Marselha. Mas dificilmente não significa que não possa estar. É uma lesão muito difícil que o departamento médico poderá explicar de uma forma mais técnica do que eu.”

Onze inicial do GD Fabril
“Conseguir, consigo. Mas posso cair porque ainda não sabemos quem está disponível, ou não, para o jogo, porque o GD Fabril também foi testado. Mas posso arriscar o Miranda no meio campo, já lhe falei nos dois da frente, o Diogo no lugar do João Araújo atrás do ponta… há muitas dúvidas, nós temos a equipa mais utilizada por eles nos jogos que fizeram e outra a pensar nas mudanças que possam fazer contra nós. Por isso ia-lhe dizer aqui vinte nomes, se calhar. É provável o Edi também na frente”

Conhecedor das divisões secundárias
“Eu acompanho, já disse que sou um admirador confesso e não só das distritais. Quando estou na zona de Coimbra varro tudo, vou ao estádio ver tudo o que posso e para beber a minha mini no café lá ao lado dos campos. Também sigo o Campeonato de Portugal, até porque tenho um filho a jogar no Estrela da Amadora e tenho todo o gosto em seguir. Há qualidade e, muitas vezes, os jogadores aproveitam a falta de oportunidades para, nestes jogos, mostrar toda a sua qualidade e talento. Eu acredito que há muitos jogadores nas divisões secundárias que podem dar o salto. Na minha altura quando saíamos dos juniores tínhamos que ir rodar noutras equipas e eu nunca mais me esqueço da minha situação. No primeiro ano estive quase a descer de divisão no Penafiel, no segundo fomos campeões nacionais no Leça e no terceiro estava na primeira liga no Felgueiras. No ano seguinte estava no FC Porto e, dois anos depois, estava em Itália, na equipa mais cara do mundo. Não tenho nada contra jogadores vindos de fora, até porque fui emigrante durante muitos anos, mas eu gosto de jogadores que venham para o nosso campeonato e sejam mais-valias. O que não gosto é que haja muita gente de fora do nosso país, e não quero entrar em nenhuma polémica, perante tantos jogos portugueses cheios de talento e qualidade. Vocês vêm as seleções jovens a jogar e é incrível a qualidade e o talento dos nossos jovens.”

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