Vítor Baía teceu duras críticas às arbitragens na sequência do infame jogo contra a Belenenses SAD
Horas depois do torpe espetáculo a que se assistiu durante o encontro entre a Belenenses SAD e o FC Porto (0-0), Vítor Baía veio a público defender os atletas azuis e brancos e apontar o dedo às arbitragens em invariável prejuízo dos Dragões. “O nosso estado espírito é de revolta por aquilo a que temos vindo a assistir quanto à dualidade de critérios nos aspetos disciplinares e ao comportamento dos árbitros ao longo desta temporada”, começou por dizer o atual vice-presidente do clube e administrador da SAD portista. Na ótica do lendário guardião português, “falta, aos árbitros, um conhecimento de jogo completamente diferente”, e isso tem dado aso a uma série de decisões inconcebíveis. O lance com Kritciuk - que deixou Nanu com uma concussão cerebral e com um traumatismo vértebro-medular com perda de conhecimento - é, na ótica de Baía, um exemplo disso mesmo: “Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas de que era penálti”. “Se eu fosse agora referir os penáltis que já foram marcados este ano por contactos entre guarda-redes e avançados, então aí ficavam todos corados de vergonha por não ter sido marcado penálti no jogo de ontem”, concluiu o eterno número 99 do FC Porto.
Revoltados com as arbitragens
“O nosso estado espírito é de revolta por aquilo a que temos vindo a assistir quanto à dualidade de critérios nos aspetos disciplinares e ao comportamento dos árbitros ao longo desta temporada, onde nós nos sentimos verdadeiramente prejudicados. Como é lógico temos os jogadores descontentes e revoltados com tudo aquilo a que se tem assistido. Ontem isso voltou a acontecer. Falta, aos árbitros, um conhecimento de jogo completamente diferente. Têm de olhar para o jogo de uma forma completamente diferente quanto à aplicação pura e simples da lei. Têm que sentir, que ver e que analisar os lances de uma forma bem diferenciada. Isso tem a ver com a evolução, e aí o Conselho de Arbitragem terá uma palavra a dizer no crescimento destes árbitros. O que tem acontecido, e com o que não nos podemos calar, é com a dualidade de critérios, com o sentirmo-nos constantemente prejudicados durante este campeonato com a questão disciplinar. Temos o Taremi, que agora para lhe marcarem um penálti já custa bastante, e já o querem denominar como piscineiro, que é uma coisa que nós abominamos. Temos o Marega que por ser forte fisicamente as faltas não contam. Temos o Corona que é autenticamente alvo de caça ao homem. Se vocês vissem como é que está a parte física do Corona quando acaba os jogos, vocês ficavam loucos com aquilo a que nós assistimos no balneário. Isto é um conjunto de situações em que não podemos, de maneira alguma, fechar os olhos. Temos acima de tudo que alertar que há confiança nos árbitros, mas eles têm de fazer bem o seu trabalho. Porque os nossos jogadores e o nosso treinador trabalham com grande afinco, grande dignidade, e querem que uma classe que queremos que seja cada vez melhor não tenha influência naquilo que é a definição deste campeonato.”
Penálti evidente por marcar sobre Nanu
“Antes de mais estou feliz por o Nanu estar bem. Já está entre nós, isso é que era o mais importante. Nesse lance, e já ouvi alguns comentários, acho incrível como é que se pode denominar este lance como um choque de cabeças. Eu fui guarda-redes, expliquem-me lá qual foi o guarda-redes que vocês viram na vossa vida a sair a um cruzamento de cabeça? Não há nenhum! A nossa proteção, enquanto guarda-redes, são os braços, os cotovelos, as mãos. E o que é nós fazemos? Colocamos à frente aquilo que nos protege. Tanto é que o Nanu foi para o hospital e o Kritciuk ficou em campo. Se eu num choque violento tenho os braços à frente da minha cabeça, naturalmente que isso amortece e provoca o choque. Agora, os cotovelos estão lá, os punhos estão lá, e foi aí que se deu a lesão do Nanu. Do meu ponto de vista não tenho dúvidas absolutamente nenhumas de que era penálti. Volto a referir: falta, à arbitragem, cultura do jogo. Saber compreender e interpretar o jogo, estar lá como se fosse um praticante. Enquanto isso não acontecer vai ser muito difícil. Há muita dualidade, se eu fosse agora referir os penáltis que já foram marcados este ano por contactos entre guarda-redes e avançados, então aí ficavam todos corados de vergonha por não ter sido marcado penálti no jogo de ontem.”
O Portal do FC Porto utiliza cookies de diferentes formas. Sabe mais aqui.
Ao continuares a navegar no site estás a consentir a sua utilização.