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Minidocumentário conta a experiência piloto realizada no último FC Porto-Sporting

Traduzir imagens por palavras pode parecer um processo simples, mas fazê-lo de forma satisfatória para quem dela necessita acarreta uma outra complexidade. Sensível à necessidade de potenciar o relato inclusivo dos seus jogos, o Futebol Clube do Porto levou a cabo um teste piloto no último jogo no Estádio do Dragão, frente ao Sporting CP, que deu origem a um minidocumentário, onde a experiência é detalhada pela voz de quem dela usufruiu.

É o caso de Pedro Lima, sócio do FC Porto que ficou cego, uma das três pessoas selecionadas para este teste piloto de audiodescrição. Duas assistiram ao jogo no Dragão, escutando o relato através de uma frequência de rádio, e outra acompanhou a partir de casa, através de solução digital.

E o que é, então, a audiodescrição? Trata-se de um relato semelhante àquele comum que todos estão habituados a escutar na rádio ou na televisão, mas com uma preocupação extra em acrescentar detalhes que podem fazer a diferença a quem não consegue ver o jogo. Aspetos como a localização no campo, a direção e altura dos remates, as variações de flanco ou a própria identidade dos jogadores acabam por ter uma importância maior do que o lado performativo do relato.

Este minidocumentário eterniza, então, a forma como o tema foi tratado pelo FC Porto e demonstra a fase 0 (preparação) e 1 (teste) deste projeto que visa mostrar um relato diferente, mais inclusivo e que, ao contrário do que muitos podem pensar, não é apenas para cegos. Pedro Lima diz isso mesmo, numa das frases mais fortes do documentário: “Isto não deveria ser uma preocupação para os cegos, mas para todos. A inclusão é isso mesmo, algo desenhado para todos”.

Os pormenores deste projeto pioneiro em Portugal são, então, contados neste minidocumentário. Isto num Estádio em que a mesma ideia já tinha sido testada, a nível internacional, aquando da fase final da Liga das Nações, em 2019, e da final da Liga dos Campeões, no ano passado.

Agora deu-se um novo passo, de modo a melhorar a experiência de jogo de todos quantos querem assistir a jogos no Dragão, como atesta Tiago Gouveia, diretor de Marketing do FC Porto.

“Queremos ser pioneiros não porque é bonito e porque fica bem, mas porque é, para nós, um assunto relevante. O FC Porto quer ser um exemplo dinamizador de alteração de comportamentos, quer para quem está no Estádio, quer para quem não está. Esta experiência de audiodescrição enquadra-se no quadro de inclusão e de melhoria de experiência de jogo inclusivo, que preconizamos para o FC Porto”, defende.

No próximo jogo, com o Gil Vicente, será dado novo passo em frente. Mais adeptos no Estádio terão a oportunidade de escutar a audiodescrição do jogo e será incluído um comentador ao lado do narrador. O relato poderá ser acedido, em exclusivo no Estádio do Dragão, através da frequência 97.3.

Teresa Santos, responsável pela área de sustentabilidade do FC Porto, reitera que estes testes têm como meta “receber feedback por parte dos usuários” de modo a detetar lacunas e perceber o que se pode melhorar. “Não só ao nível do relato, mas da tecnologia. Só desta forma conseguiremos proporcionar a melhor experiência aos nossos adeptos, fornecendo um serviço mais eficiente, inclusivo e com a maior qualidade possível”, destacou.

Os passos seguintes serão avaliados conforme o que sair de mais esta experiência. Antes disso, fica já disponível o minidocumentário que, brevemente, terá também a sua versão com audiodescrição, ou não fosse esse o tema tratado.

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