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Carlos Resende vai treinar o andebol do FC Porto em 2023/24

Pela segunda vez enquanto treinador e a quarta em toda a carreira, Carlos Resende vai representar o FC Porto. O técnico assinou um vínculo de um ano, sendo que o contrato que o liga ao tetracampeão nacional contempla duas épocas de opção. Para muitos o melhor andebolista português da história e conhecido por “senhor andebol”, o técnico de 52 anos vai tentar levar os “campeoníssimos” ao pentacampeonato.

Natural de Lisboa, Carlos Resende fez os primeiros remates no Ateneu, na capital, ainda antes de atingir a primeira década de vida. Limitado aos escalões de minis e infantis, o clube limitou o jovem atleta, que após quatro anos de formação, abandonou temporariamente a modalidade para se dedicar ao atletismo, tendo começado também a jogar futebol até que, por influência de antigos colegas e amigos, decidiu aderir às captações do Sporting. 

O talento não passou despercebido e o clube manteve-o dentro de portas durante quatro temporadas, em que jogou enquanto iniciado e juvenil. Aos 17 anos, foi protagonista de uma transferência mediática para o clube pelo qual o próprio e a família nutriam simpatia: o FC Porto. Em entrevista à Federação, explicou até mais tarde: “Fiquei extremamente satisfeito porque quer eu, quer a minha família, temos um gosto pelo FC Porto e recordo-me de um episódio em que estava a ver a final da Liga dos Campeões de futebol com o meu pai e, na altura, falava-se que o FC Porto tinha contratado imensos jogadores de destaque no andebol, como o José Luzia, o João Santa Bárbara, jogadores que eu idolatrava. E, em jeito de brincadeira, disse ao meu pai “qualquer dia vou eu” e a verdade é que aconteceu. Passado umas semanas ligaram-me para eu ir fazer um teste e até pensei que era brincadeira, mas foi sério e aceitei”.

Na Invicta, disparou rumo ao estrelato. Ainda na menoridade, estreou-se nas seleções nacionais de juvenis, de juniores e até na principal, em que viria a ser peça fulcral nos registos históricos atingidos em 2002. Em sete anos da primeira passagem de azul e branco, somou a uma aprendizagem andebolística tremenda um título nacional de juniores, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, mas o objetivo de se sagrar campeão nacional não se tornou uma realidade, fruto do poderio do ABC na época, clube para que se haveria de mudar por influência de Alexander Donner, selecionador nacional que acumulou o cargo de timoneiro dos bracarenses.

Com a responsabilidade de ingressar num clube que havia atingido o ponto mais alto da sua história ao disputar a final da Liga dos Campeões, o na altura lateral esquerdo não desapontou. Nos seis anos em que vestiu de amarelo, não só ajudou o ABC a sagrar-se tetracampeão nacional (foram cinco os títulos no total entre 1994 e 2000), a atingir o “tri” na Taça de Portugal (4 títulos no mesmo período) e a conquistar duas supertaças, como também se sagrou o melhor marcador da Liga dos Campeões em 1995/96 e em 1996/97.

O regresso ao Dragão nada teve que ver com a primeira passagem. Resende chegou logo após ser figura de proa na caminhada histórica da seleção nacional rumo ao sétimo lugar do Europeu de 2000, a melhor classificação de sempre até 2020. Na Croácia, o portista foi considerado o melhor lateral esquerdo da competição. De volta à realidade nacional, contrariou as premonições dos dirigentes do ABC ao vencer de imediato uma Supertaça precisamente frente à antiga equipa e ao sagrar-se campeão nacional no ano seguinte. Após seis anos em que desfrutou e fez os adeptos delirar, encerrou a carreira de jogador e começou de imediato a partilhar o imenso conhecimento adquirido dos maiores palcos mundiais.

A nova etapa (2006/07) arrancou logo com a conquista da Taça de Portugal, diante do Benfica, mas o campeonato viria a ter o desfecho indesejado, ao ficar para o ABC. 2007/08 trouxe apenas uma Taça da Liga (23-18 frente ao Sporting), mas o tão desejado título de campeão nacional não fugiria durante muito mais tempo. Na época que se seguiu, os portistas derrotaram o Benfica, que defendia o estatuto de vencedor da edição anterior, por 3-2 na final e recuperaram o cetro máximo da modalidade a nível nacional, tendo dado início ao célebre ciclo do heptacampeonato. O treinador despediu-se novamente e rumou a Braga para a casa em que brilhou como jogador.

Em mais uma meia dúzia de anos no ABC, devolveu os minhotos ao lugar mais alto do pódio em 2015/16, ano em que também os comandou à conquista da Taça Challenge, antes de regressar a Lisboa em 2017. Em três anos no Benfica, conquistou uma Taça de Portugal e uma Supertaça. De novo de viagem para Norte, aceitou o projeto apresentado pelo Gaia, onde desenvolveu talentos e arrecadou dois oitavos postos do Andebol 1.

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