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Sérgio Conceição reage às “acusações falsas e mentirosas” de um autarca espanhol

Sérgio Conceição ficou “verdadeiramente admirado ao ver que a imprensa portuguesa dá mais ênfase às acusações” proferidas pelo alcaide de Cartaya do que à sua defesa ou à verdade dos factos, por isso mesmo, e para “ter uma conferência normal” antes da viagem ao Estoril, o treinador do FC Porto abriu as portas do Olival para “desmentir de forma veemente” o “chorrilho de mentiras” de Manuel Barroso, “pessoa que perdeu o controlo” e “agrediu, não uma vez mas várias, um jovem de 22 anos” chamado Moisés Conceição.

Grato pela posição tomada pelo clube, “que demonstrou estar solidário e acreditar na única versão dos factos”, o pai Sérgio lamentou os “danos enormes” que uma situação “muito triste” tem causado à família, desejou que “as imagens do sistema de videovigilância venham cá para fora”, desmentiu o diretor do Record e revelou ter sido o próprio, através de um assessor, a enviar as imagens “na íntegra para as mãos dos jornalistas”, lembrando nunca ter tido problemas “quando ia ver jogos ao Seixal ou Alcochete” e deixando um sério aviso: “Se for preciso eu fazer uma pausa e deixar o futebol para provar o que estou a dizer, eu deixo. Porque a minha honra, aquilo que eu sou como homem e pai, é muito mais importante do que qualquer carreira desportiva”.

Notas prévias
“Antes de passarmos aos factos gostaria de realçar algo importante. Ontem o nosso presidente disse que o que importa é pensar no Estoril, o que é verdade, por isso faço estas declarações agora porque sexta-feira quero ter uma conferência normal focada no mais importante: o jogo contra o Estoril. A segunda nota é de agradecimento pelo comunicado emitido pelo FC Porto, que demonstrou estar solidário e acreditar na única versão dos factos, que é a verdadeira e a minha. 

Saturação e perplexidade
“Estou verdadeiramente desgastado com toda esta situação, como devem compreender, por tudo aquilo que os meus filhos, a minha família e as famílias dos jovens atletas ali presentes passaram. Fiquei incrédulo ao saber que a pessoa que perdeu o controlo era um autarca local com responsabilidades e deveres perante os cidadãos, mas o seu comportamento nada teve a ver com isso.”

O comportamento deplorável de Manuel Barroso
“Agrediu, não uma vez, mas várias, um jovem de 22 anos que por acaso é meu filho. Depois entrou num chorrilho de mentiras e acusações que já foram praticamente todas desmentidas pelos presentes. Portugueses, espanhóis e todos os presentes desmentiram de forma veemente tudo o que ele diz que se passou. Por fim, perdeu a narrativa das suas declarações devido à quantidade de mentiras que proferiu e que causaram danos enormes à minha família, tal como às famílias dos outros jogadores, ao torneio e à cidade.”

Nada a esconder
“Fiquei extremamente admirado ao ver alguém eleito pelos locais, que supostamente está acima das autoridades, fazer todas estas acusações. É inacreditável a continuação de agressões que foi vista e espero que, se existirem, as imagens do sistema de videovigilância venham cá para fora. Eu quero que isso aconteça para comprovar todas as mentiras que esse senhor proferiu, para as pessoas perceberem que a única pessoa agressiva e que teve atos de uma indisciplina incrível perante todos os presentes foi esse senhor.”

Contra factos não há argumentos
“Essa invasão, como dizem, não foi no fim do jogo. Havia famílias a festejarem com os miúdos do Sevilha que ganharam o torneio e os nossos meninos, um bocadinho mais desiludidos e tristes, estavam com os pais no campo. Quase todos os pais estiveram dentro do campo, que é dividido, e eu estava numa zona intermédia entre dois campos de futebol de sete onde ficam o árbitro e as equipas de assistência. Se eu e os restantes pais deveríamos estar no campo? Provavelmente não, mas é hábito isso acontecer, os pais irem ter com os miúdos para festejarem ou os consolarem.”

Uma mentira repetida muitas vezes… 
“Passaram a imagem de que eu entrei para contestar alguma coisa, o que não é verdade. O campo terá câmaras de vigilância que poderão comprovar isso. Havia muita gente junto à linha lateral, pais dentro do campo e outros perto da baliza onde o jogo terminou. Aquilo acabou, eles continuaram por ali, o árbitro pegou no material, veio tranquilamente para o balneário e foi quando o abordei, de forma tranquila, até a rir-me com outros pais, para lhe dizer que poderia ter marcado um penálti e tornado a final mais emocionante. Não me deixaram acabar porque entretanto se intrometeu o presidente da câmara local, que eu não sabia quem era e ele provavelmente também não sabia quem eu era, mas isso não interessa porque estamos a falar do respeito entre pessoas. Ele perdeu completamente o controlo e começou a empurrar de uma forma agressiva.”

Testemunhas viram tudo
“Dentro do túnel ele ainda foi mais agressivo e deu uma palmada no peito do Moisés. Já lá estava o team manager, alguns pais como o Vítor Bruno e o pai do João Mário, que também tem um filho pequenino, o Simão, a jogar nos sub-9. O Paulo Assunção também estava presente e disponibilizou-se para testemunhar a meu favor, tal como a esposa.”

Surpreendido com alguma imprensa
“Fico verdadeiramente admirado ao ver que a imprensa portuguesa dá mais ênfase às acusações desse sujeito do que à minha defesa. Mas não é de estranhar, dado que eu visto uma cor diferente dos diretores dos jornais que meteram isso cá para fora. Não estou a dizer que eles têm culpa, mas partiram do pressuposto que as acusações são mais importantes do que a minha defesa, e isso eu não aceito.”

Jovem espanhol desmente o diretor do Record
“Hoje vi escrito que o FC Porto enviou o vídeo cortado. Foi isso que o senhor diretor do jornal Record escreveu na última página e eu já tive oportunidade de lhe dizer que é mentira. Enviei-lhe as mensagens de um miúdo espanhol, perfeitamente identificado, que nos disponibilizou as imagens porque viu o comportamento e ouviu as declarações do presidente da câmara de Cartaya. Enquanto admirador de futebol e scout do Valladolid, salvo erro, ficou incrédulo com a situação e mandou uma mensagem ao Moisés a disponibilizar-se para enviar o vídeo que desmente qualquer agressão. A única agressão que existiu foi a desse senhor ao Moisés, por isso ele enviou o vídeo na íntegra para ele. Não foi o FC Porto que enviou o vídeo cortado seja para onde for. Fui eu, através do Francisco Empis, que enviei o vídeo na íntegra para as mãos dos jornalistas.”

O pior lado do futebol
“É muito triste. Sempre acompanhei os meus filhos nos seus percursos, tive dois deles a jogarem em clubes rivais do FC Porto e fui sempre muito respeitado quando ia ver jogos ao Seixal ou a Alcochete. Nunca tive problemas nas academias do Benfica e do Sporting. Isto é desgastante e difícil, a minha mulher e filhos estavam presentes e percebem que isto não passam de acusações falsas e mentirosas de alguém que tem responsabilidades e deveres. Pelos vistos, eu não sabia, mas está acima da autoridade em Espanha, daí a não-identificação desse senhor.”

Até às últimas consequências
“Os meus advogados estão a tratar da situação e neste momento encontram-se em Espanha para fazer o que tem de ser feito. Se for preciso eu fazer uma pausa e deixar o futebol para provar o que estou a dizer, eu deixo. Porque a minha honra, aquilo que eu sou como homem e pai, é muito mais importante do que qualquer carreira desportiva.”

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