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FC Porto arranca na sexta-feira, em Nyon, a participação na final four da Youth League

Em 2013/14, abriu-se na Europa uma nova oportunidade para os jovens brilharem. Inicialmente à experiência durante dois anos e a pedido da Associação de Clubes Europeus, a UEFA criou uma competição internacional de Sub-19 para reduzir a diferença competitiva entre os escalões de formação e o futebol profissional. Assim se começou a desenrolar a UEFA Youth League.

Ultrapassado esse par de edições inaugural, foi adicionado ao primeiro modelo – em que apenas participavam as equipas que, no escalão sénior, haviam garantido presença na fase de grupos da Liga dos Campeões – um “segundo caminho”, em que 32 campeões nacionais de juniores competem para se juntarem, nas eliminatórias, aos vencedores dos grupos.

O FC Porto pertence a um grupo restrito de clubes que participou nas dez edições disputadas até ao momento. Além dos Dragões, estiveram sempre em prova Atlético de Madrid, Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City, Benfica e Paris Saint-Germain.

Os azuis e brancos chegaram a Nyon em duas ocasiões. Em 2017/18, após um empate a dois ao cabo de 90 minutos, foram eliminados nas meias-finais por 5-4 pelo Chelsea, adversário que viriam a bater na final do ano seguinte para levantarem o troféu. O triunfo por 3-1 frente aos britânicos foi antecedido de outro por 3-0 diante do Hoffenheim.

As estatísticas não mentem e indicam que os da Invicta são já um histórico da competição. O FC Porto é a quinta equipa com mais jogos disputados na prova (74) e com mais jogos ganhos (43) e ainda a oitava com mais golos marcados (143). Em termos individuais, Diogo Costa é o segundo jogador com mais presenças na competição (27).

O troféu
O troféu Lennart Johansson, que homenageia o presidente honorário da UEFA que dirigiu a entidade europeia entre 1990 e 2007, foi criado em Londres pela agência Fivefootsix e esculpido pela Thomas Lyte, uma empresa que ostenta o estatuto de Royal Warrant Holder – o certificado de reconhecimento das marcas que servem a realeza britânica – e é responsável ​​por alguns dos troféus mais emblemáticos do mundo, condizentes com as competições a que são destinados, como a Taça de Inglaterra, o Mundial de Râguebi,  as ATP Finals e a Laver Cup (ténis) e ainda a Ryder Cup (golfe).

O cetro tem uma base metálica em bruto, de que ascende uma ponte em prata esterlina, que reflete, de acordo com a UEFA, a missão da competição de “preencher o vazio existente entre o futebol jovem e o profissional”. “A conjugação das duas texturas simboliza o forjar dos jovens jogadores, cuja ambição é tornarem-se nos melhores da Europa”, é ainda explicado.

O arquiteto da Liga dos Campeões
De presidir a secção de uma disciplina ancestral do hóquei no gelo à liderança da maior entidade desportiva continental a nível mundial, a carreira de Lennart Johanssen ficou marcada por feitos inolvidáveis, algumas polémicas, entre as quais se destaca uma guerra aberta com Blatter, e uma relação de admiração com o FC Porto.

Nascido a 5 de novembro de 1929, o sueco começou o percurso enquanto líder desportivo de bandys – a modalidade acima referida – no AIK Solna, mas rapidamente se afirmou no futebol do clube, o que o levou à presidência da Federação Sueca em 1984. Aí se manteve até ao início dos anos 90, quando abdicou da posição para assumir a liderança da UEFA.

Foi o rosto da União de Associações de Futebol Europeias durante 17 anos, entre 1990 e 2007, e teve como maiores feitos durante a sua presidência o crescimento e desenvolvimento da Liga dos Campeões – a atual competição nasceu em 1992 e sofreu várias alterações no seu formato até aos dias atuais – e a criação de uma imagem sólida da UEFA, com uma Casa do Futebol Europeu baseada em Nyon, nas margens do Lago de Genebra. Quando terminou o mandato, foi nomeado presidente honorário da instituição.

As intenções do nórdico iam para lá do Velho Continente e, por isso, foi vice-presidente da FIFA e, em 1998, candidatou-se mesmo à presidência da organização mundial. Foi derrotado por Joseph Blatter, um adversário de décadas, e pediu, em 2012, que o suíço fosse investigado por corrupção. Em 2015, as acusações contra Blatter agravaram-se e o antigo dirigente viu-se obrigado a convocar uma assembleia geral extraordinária para eleger um novo presidente. Sucedeu-lhe, no ano seguinte, o italiano e atual líder máximo do futebol mundial, Gianni Infantino. Johanssen morreu aos 89 anos em junho de 2019.

As relações entre o sueco e Jorge Nuno Pinto da Costa eram de grande cordialidade e, na reação à morte, o presidente azul e branco lembrou “um dirigente brilhante” e “um grande amigo do FC Porto”. Pinto da Costa revelou ainda que Lennart Johanssen, em 2004, “fez questão de escrever o prefácio” do livro “Largos dias têm 100 anos”, em que referiu que o homólogo portista que, “no extremo ocidental da Europa, conseguiu construir uma das potências do futebol europeu, o FC Porto”, pertence “ao restrito grupo dos grandes criadores de impérios juntamente com algumas lendas do futebol das gerações passadas como Santiago Bernabéu e Angelo Moratti”: “Desde que se tornou presidente em abril de 1982, o mapa do futebol português foi virado de pernas para o ar. O domínio dos clubes lisboetas foi apagado”. A 16 de novembro de 2003, esteve na inauguração do Estádio do Dragão.

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