Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas tomará posse como presidente do FC Porto ao meio-dia da próxima terça-feira, depois de a lista que encabeçava ter vencido as eleições mais participadas da história azul e branca.

Com raízes familiares intimamente ligadas à fundação do clube, tanto com António Nicolau de Almeida como com José Monteiro da Costa, as conversas e convívios à volta do FC Porto marcaram os primeiros anos da vida do 32.º presidente da instituição. O orgulho em ser portista e a paixão pelo futebol cedo contagiaram um jovem que era presença assídua no Estádio das Antas.

Os aspetos técnicos do jogo e o treino entraram rapidamente no léxico de André Villas-Boas que, aos 17 anos, num ato pensado e ponderado, decidiu interpelar o técnico dos Dragões para trocar impressões sobre o ídolo Domingos. Surpreendido pelas análises do adolescente, Bobby Robson introduziu-o ao mundo do futebol, incentivou-o a obter formação e a frequentar cursos de treinador tanto em Portugal como no estrangeiro.

Iniciou a carreira nas equipas de formação do FC Porto, treinou todos os escalões desde as escolinhas até aos juniores e desempenhou múltiplas funções técnicas, desde o scouting à observação de adversários. Acabado de chegar aos seniores, ganhou vários títulos nacionais e internacionais nomeadamente a Taça UEFA 2002/03 e a Liga dos Campeões 2003/04 pelo emblema do coração.

Estreou-se como treinador principal em 2009, na Académica de Coimbra, e logo evidenciou parte do enorme potencial que o levou a ser convidado para assumir o comando técnico do FC Porto no Verão de 2010. Venceu a Supertaça Cândido de Oliveira contra o Benfica, festejou o título nacional sem derrotas no estádio do eterno rival, conquistou a Liga Europa diante do SC Braga e, logo a seguir, a Taça de Portugal frente ao Vitória SC.

O triunfo em Dublin fez dele o mais jovem treinador de sempre a ganhar uma competição continental, recorde que lhe valeu o reconhecimento por parte do clube de sempre quando recebeu o Dragão de Ouro das mãos de Jorge Nuno Pinto da Costa. O discurso de André Villas-Boas nessa cerimónia, em pleno Coliseu da Invicta, ainda hoje perdura na memória de todos os portistas.

Prosseguiu a carreira em vários emblemas reputados do futebol europeu e asiático - como o Chelsea, o Tottenham, o Zenit, o Shanghai SIPG ou o Marselha - antes de começar a preparar a candidatura à presidência do FC Porto em 2022, altura em que reuniu a equipa com as valências e competências necessárias para assumir o desafio de uma vida.

Garantido o apoio entusiástico da maioria dos votantes, André Villas-Boas define como bandeiras a modernidade, os valores, o rigor, o planeamento, a dedicação e o trabalho que o FC Porto merece para honrar e manter o clube numa senda de vitórias sem igual.