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Pol Manrubia estreou-se a marcar de azul e branco no campeonato de hóquei em patins

De campeão europeu ao plantel bicampeão português, a viagem de Pol Manrubia fez-se a toda a velocidade em direção a mais uma etapa especial na carreira. O novo camisola 10 dos Dragões dá-se a conhecer pela primeira vez aos adeptos e fala à Porto como se tivesse nascido algures no Norte de Portugal, região com a qual já se identifica. Do “balneário ganhador” até à “incrível história” do FC Porto, o internacional espanhol só pensa em fazer magia com os patins calçados e de azul e branco. Este sábado, frente ao Riba d'Ave (5-3), defesa/médio faturou pela primeira vez no campeonato vestido de azul e branco.

É difícil não encher de elogios a última época de Pol Manrubia. Com 28 golos e 26 assistências, o hoquista espanhol juntou a melhor temporada a nível estatístico à conquista da Liga dos Campeões, celebrada em Matosinhos e depois de um desempate por grandes penalidades. Aí, encontrou o FC Porto, adversário com que também mediu forças na final do campeonato. No fim, foram os portistas a sorrir. O verão ditou novos tons de azul e branco para o hoquista espanhol, que viajou de Barcelos até ao Dragão Arena com o estatuto de campeão da Europa para reforçar o plantel bicampeão nacional. “Estou muito feliz por representar este clube. Os meus companheiros receberam-me de uma forma fantástica, tal como toda a equipa técnica. O trabalho que estamos a realizar é muito bom e sinto-me bem a trabalhar todos os dias nesta nova casa”, começou por dizer o novo número 10 do hóquei portista, que se sente “privilegiado por jogar num clube como o FC Porto”.

Nesta primeira grande entrevista, o internacional espanhol destacou o espírito que se vive no balneário dos Dragões: “É um grupo ganhador, no qual há seres humanos de excelência. Só de entrar neste balneário percebe-se toda a união, a força e a mentalidade de vitórias. Tem muita força, em especial para dar a volta quando as coisas não correm da forma que pretendemos e a época passada é prova disso mesmo”. Tal como o desaire na Supertaça diante do Sporting. “Sabemos que, em algumas fases do jogo, estivemos muito bem e ainda estamos a atravessar uma fase em que, com treinador novo e, no meu caso, jogador novo, ainda estamos a adaptar-nos. Temos que valorizar todo o trabalho que está a ser feito, corrigir os erros que cometemos nessa partida e pensar nos próximos objetivos que temos pela frente”, observou. Para Pol Manrubia, “é um orgulho representar este clube e levar este emblema ao peito”, que traz também uma “enorme responsabilidade”: “Sou uma pessoa muito exigente e de muito trabalho e sei que o segredo para o sucesso está em tentar ajudar diariamente os meus companheiros. Venho dar o melhor de mim e espero ajudar o clube a dar muitas alegrias aos adeptos”.

Da Catalunha ao Porto

Foi aos três anos que Pol Manrubia descobriu o hóquei em patins. Numa “aldeia muito humilde”, perto de Barcelona, conheceu a modalidade pela qual se apaixonou. “Algumas pessoas foram lá tentar captar os miúdos. Quando acabou o dia, disse à minha mãe que queria experimentar”. Foi nesse momento e por mero acaso que descobriu que o pai já tinha calçado os patins, mas a nível amador. O destino estava traçado. Quando chegou a altura de escolher entre o hóquei e o futebol, Manrubia não teve dúvidas. “Optei pelos patins, são a minha paixão”, sublinhou. Desafiado a explicar o que separa esta modalidade das outras, o hoquista enalteceu o ritmo de jogo. “Quando alguém vê um jogo de hóquei, tem de estar sempre atento, porque é adrenalina pura, contacto, visão de jogo e inteligência. É o melhor desporto do mundo”. A esta certeza, o espanhol junta outra. “Ser guarda-redes? Nunca. Acho que eles têm de ser malucos para ir para a baliza. Prefiro ser eu a rematar”, confessou. Sendo assim, o que significa o golo para o camisola 10 dos Dragões? “Marcar um golo é uma sensação fantástica para todo o mundo e eu não sou exceção, é uma satisfação enorme. No entanto, só penso em contribuir com o que posso para a equipa, desde a minha intensidade até à dinâmica de jogo que ajudo a criar”.

A chegada ao bicampeão nacional deu-se neste verão e, desde então, Pol Manrubia já se sente Dragão. Entre todos esses “momentos especiais”, a primeira visita ao Museu FC Porto não ficou esquecida. “Como atletas, somos uma pequeníssima parte da história do FC Porto, que é fantástica. A capacidade de superação do clube é extraordinária e é um clube vencedor. Ganhou muito mais do que perdeu e isso é algo muito complicado de fazer para qualquer instituição. A nível pessoal, quero entregar o máximo de troféus ao Museu”.

De adversário a Dragão

Até assinar contrato com o FC Porto aos 24 anos, o hoquista catalão já tinha defrontado o conjunto azul e branco por 28 vezes. Entre as memórias e os golos apontados nesses confrontos, Pol Manrubia sabe o que é jogar num Dragão Arena cheio na condição de oponente: “É sempre complicado para qualquer equipa. Era sinónimo de sofrimento”. É “uma “força” que agora quer sentir do lado certo. O primeiro capítulo ocorreu em Odivelas, para a Elite Cup, mas o jogo de apresentação em casa foi “especial”. “Os adeptos são fundamentais e fazem muita diferença. Agora, acredito que somos nós que puxamos os adeptos a encher as bancadas. Como podemos fazer isso? Com um jogo alegre, com muita determinação e ambição, para que eles se identifiquem com esta equipa”, explicou, porque a ligação entre jogadores e adeptos é ilustrada “por uma roda que os atletas iniciam”. “Temos de ser o reflexo dos adeptos e da cidade, com os nossos valores e impor isso mesmo dentro do rinque”.

É dessa forma que os portistas vão atacar esta fase da época, que engloba algumas decisões importantes: “Temos toda a capacidade para vencer as competições que temos pela frente. Obviamente que teremos adversários muito difíceis, mas somos o FC Porto e temos de entrar com vontade de defender este emblema com tudo o que temos e sempre com a ambição de ganhar”. Aos adeptos, Pol Manrubia promete total dedicação: “Seremos uma equipa unida e vamos deixar tudo em campo até à última gota de suor. Queremos dar-vos muitas alegrias e vamos dar provas do nosso valor já no campeonato e, depois na Taça de Portugal e na Liga dos Campeões, porque queremos ganhar tudo”.

Esta entrevista também pode ser lida na mais recente edição da revista Dragões, já disponível em fcpor.to/DRAGÕES.

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