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Reinaldo Teles faleceu esta quarta-feira, deixando um legado eterno de serviço ao FC Porto

Uma vida com 70 anos em que mais de meio século é dedicado ao FC Porto só pode ser uma vida completa. Reinaldo Teles foi atleta, seccionista, diretor, vice-presidente e administrador do clube que ajudou a transformar no melhor de Portugal e num dos melhores do mundo. Esteve poucas vezes sob os holofotes do mediatismo habitualmente dirigido às estrelas do desporto, mas destacou-se sempre por uma competência e abnegação a toda a prova. Gostava, como confessou em tempos à Dragões, de “falar pouco” e “trabalhar muito”. À Porto.

Reinaldo Costa Teles Pinheiro nasceu em 1950, em Paços de Ferreira, numa altura em que o FC Porto contava com quatro conquistas do Campeonato de Portugal e duas da Liga portuguesa no palmarés. Quando se inscreveu como associado, em 1967, a sala de troféus não estava muito mais preenchida, mas não houve hegemonia de adversários da capital que travasse o sonho de um jovem pugilista de representar o clube do coração. Na secção de boxe, como atleta, tornou-se campeão regional e nacional de pesos médios e conheceu o então diretor das atividades desportivas amadoras Jorge Nuno Pinto da Costa. Quando pendurou as luvas, em 1979, foi também pelo boxe que iniciou o percurso como dirigente. 

Três anos mais tarde, a eleição de Pinto da Costa como presidente do FC Porto confirmou a irreversibilidade da revolução no desporto português iniciada no final da década 70 e Reinaldo Teles esteve desde o princípio associado às grandes transformações. Assumiu, logo em 1982, o papel de diretor adjunto para o futebol, passando a encabeçar o departamento seis anos depois. A estreia no banco de suplentes, onde viria a assistir a centenas de jogos, dificilmente poderia ter sido mais auspiciosa: a 5 de junho de 1988, foi de lá que acompanhou uma vitória por 3-0 sobre o Benfica.

Nas décadas seguintes, acumulou títulos e novas responsabilidades. Foi eleito vice-presidente da direção, pela primeira vez, em 1990, e integrou o leque de administradores da SAD desde a fundação, em 1997, até à atualidade. Revelou-se sempre “mais preocupado em ajudar do que em ser falado”, destacou-se pela capacidade de fomentar boas relações com os jogadores e os treinadores, nunca abdicou da postura inconformada de quem recusa “adormecer à sombra dos louros”, jamais baixou uma fasquia que estava constantemente “no topo”, muito menos deixou de conciliar o “trabalho quase laboratorial” com a paixão que é intrínseca a todos os verdadeiros servidores do FC Porto: “A organização torna-se diretamente proporcional ao amor pelo clube”.

Em mais de quatro décadas de dirigismo e em 38 anos ligado ao futebol, Reinaldo Teles preencheu o currículo com a mesma imensidão de títulos que ostenta Jorge Nuno Pinto da Costa: duas Ligas dos Campeões, duas Taças Intercontinentais, duas Ligas Europas, uma Supertaça Europeia, 22 Campeonatos Nacionais, 13 Taças de Portugal e 20 Supertaças. A devoção ao FC Porto que sempre revelou foi reconhecida com as atribuições do Dragão de Ouro de dirigente do ano de 1989, do Dragão de Honra de 1998 e do estatuto de sócio honorário, aprovado em assembleia-geral em 1994. 

Ajudar a “tornar o clube cada vez maior”, sabendo que no FC Porto “não há impossíveis”, foi sempre o objetivo de Reinaldo Teles. E se houve alguém que ajudou – e muito –, foi ele. Fiel e dedicado até ao fim, partiu como chegou: a lutar e como campeão.

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