A 22.ª Supertaça Cândido de Oliveira do palmarés do FC Porto foi erguida em plena antevéspera de Natal. No Municipal de Aveiro, os campeões nacionais e detentores da Taça de Portugal bateram o Benfica por duas bolas a zero e garantiram o terceiro título de 2020. No rescaldo de mais uma final vencida diante do Benfica, Sérgio Conceição salientou a humildade e o rigor do coletivo azul e branco. O treinador responsável pelo triplete realçou a “atitude” e a “determinação fora do comum” de Pepe e dedicou a vitória a Jorge Nuno Pinto da Costa, à nação portista e à família, no final de um ano “muito difícil” para todos.

Balneário humilde à altura de uma equipa grande
“Estou muito feliz por eles, são rapazes muito humildes que jogavam em equipas inferiores em termos de historial e de pressão. Numa equipa grande, com um treinador muito chato e uma equipa técnica exigente, ficam vacinados com esse rigor que nós queremos e que faz parte das grandes equipas. 

Pepe, o portador da mística
“O Pepe encarna como ninguém o espírito que grandes jogadores da história do FC Porto conseguiram demonstrar, pela atitude e pela ambição e determinação fora do comum. Tem todos estes princípios, a mística é isto, é um Pepe, um Fernando Couto, um Jorge Costa, um Vítor Baía, um Domingos… Eu também, porque vivo de forma muito apaixonada o meu clube e a minha profissão. Aproveito para dedicar esta vitória ao nosso presidente, aos adeptos, mas de forma especial à minha família, à minha mulher, aos meus filhos, aos meus irmãos e em especial à minha irmã Rosa que perdeu o marido. E para a família portista, é um título daqueles que temos que ganhar este ano.”

Estratégia bem-sucedida
“Cumprir era ganhar, através do que eu achava que podíamos explorar na equipa do Benfica. Uma final entre estes dois rivais é sempre um jogo competitivo, onde a agressividade está sempre presente. A bola e o terreno não ajudaram, mas a estratégia foi bem conseguida. Sabíamos que se fossemos uma equipa defensivamente forte conseguíamos ferir o adversário. Se ultrapassássemos a primeira linha de pressão e encontrássemos o Otávio e o Corona estávamos perto do sucesso. Foi assim na situação do penálti. Tudo o que aconteceu foram situações trabalhadas, pensadas, faladas com os jogadores. A vitória tem a ver com o rigor, o interpretar da estratégia definida. Os jogadores têm esse mérito e merecem este título.”

Adversário só teve uma oportunidade de bola corrida
“Quem perde acaba por tentar, como o Jorge Jesus fez, dizer que o Grimaldo teve três situações, uma de bola corrida e duas de bola parada, foi o que conseguiram fazer. Nós tivemos muito mais conteúdo dentro desse plano tático.”

Conquista merecida num ano difícil
“Este troféu é merecido, já devia ter sido disputado há mais tempo. Infelizmente o mundo atravessa um período muito difícil e foi jogado agora, em cima de um ciclo de jogos terrível. É merecido, ganhámos o campeonato, a Taça de Portugal, concluímos este ano triste para toda a gente que em termos desportivos foi muito bom para nós. A partir de amanhã temos de pensar nas famílias, aproveitar o dia com as pessoas que se gosta, e no dia seguinte começar a pensar no Vitória de Guimarães.”

Muito superiores no plano estratégico
“É uma vitória importante porque era um jogo que dava um título. É o culminar das conquistas da época passada, estamos muito felizes. Foi um jogo competitivo e intenso. No plano estratégico e tático fomos muito superiores. Ferimos o Benfica onde tínhamos de ferir. Aproveitámos as fragilidades que eles tinham. Fizemos um jogo acima da média. Foi tudo pensado e interpretado pelos jogadores da melhor maneira. Estivemos muito consistentes e compactos defensivamente.”

Fecho de um ciclo exigente
“Concluímos aqui um ciclo de onze jogos no espaço de vinte e poucos dias. Estamos a falar de uma exigência incrível. É de louvar o espírito, a determinação e a frescura mental para interpretar o que foi pedido. Queríamos fazer golos em todas as ações, mas jogámos contra uma equipa com jogadores experientes e que também defendem bem.”