FC Porto saiu de cena no play-off da Champions de andebol após desaire em Montpellier (35-27)
Terminou mais uma aventura além-fronteiras da equipa de andebol do FC Porto. Num encontro relativo à segunda mão do play-off da Liga dos Campeões da EHF, os azuis e brancos foram ao reduto do Montpellier perder por oito (35-27) e dizer adeus à maior prova de clubes do mundo. Menos de uma semana depois do empate a 29 no Arena, o conjunto gaulês apresentou-se revigorado e pronto a penalizar um Dragão muito desacertado - que acabou por pagar cara a falta de eficácia e a fadiga acumulada no decurso de uma longa caminhada de 15 desafios de Champions que teve início em setembro do ano transato.
Tal como Rui Silva havia previsto na antevisão da partida, a variabilidade e intensidade dos franceses ficou patente desde cedo e só um grande FC Porto - como aquele que se viu em Bucareste, em Veszprém, em Flensburg ou nas receções aos alemães e ao Barcelona - teria hipóteses de regressar à Invicta com uma inédita passagem aos quartos de final. Mas tal não aconteceu: Bonnefoi começou desde logo por fechar a baliza perante o desacerto de Victor Iturriza e companhia. Numa altura em que Leonel Fernandes se assumia como principal arma ofensiva e como a melhor forma de contrariar a agressividade da defesa contrária, Magnus Andersson colocou o cartão verde na mesa para elogiar a capacidade criativa da equipa no ataque, todavia os pecados na concretização foram-se mantendo. Do outro lado do campo, tanto Nikola Mitrevski como Sebastian Frandsen (figura de proa no duelo caseiro) iam sendo incapazes de negar uns impressionantes 93 por cento de eficácia ofensiva do Montpellier (contra somente 41% dos visitantes lusos).
Confrontados com uma desvantagem de oito - pese embora tenham feito mais cinco remates do que o adversário na meia-hora inaugural (27 versus 22) -, os Dragões regressaram das cabines apostados em deixar outra imagem e em provar que seriam justos integrantes do top-8 europeu. Com uma primeira linha praticamente renovada fruto das apostas em Daymaro Salina (o mais inconformado e certeiro), Ivan Sliskovic, Pedro Cruz e Jesus Hurtado, os bicampeões de Portugal apareceram de cara lavada, reduziram temporariamente o atraso e demonstraram outra vontade de marcar encontro nos “quartos” com o Vive Kielce, tubarão vencedor do Grupo B. Os esforços portistas seriam, contudo, insuficientes para repetir o feito histórico de 23 de novembro de 2019, quando venceram por cinco (27-22) no FDI Stadium. O resultado final de 35-27 trazido do Sul do Hexágono na noite desta quarta-feira atira os azuis e brancos - que estavam obrigados a vencer ou a empatar, pelo menos, a 30 golos - para fora da principal competição do planeta andebolístico. Resta-lhes a luta pelo tricampeonato e pela conquista da terceira Taça de Portugal consecutiva.
“Parabéns ao Montpellier por esta vitória. Como treinador do FC Porto sinto-me muito desapontado pela forma como jogámos esta noite. Estou confuso e nem sei bem por onde começar a dissecar a partida. Entrámos muito bem, jogámos bom andebol e fomos compensando as falhas na defesa com bastantes oportunidades que, infelizmente, não transformámos em golos. Frustrados, passámos a fazer as coisas mal a partir dos dez minutos. Perdemos a nossa identidade, tomámos decisões erradas e sofremos por isso. Falo pela equipa quando digo que estamos muito tristes. Pedimos desculpa aos adeptos pelo nosso desempenho esta noite, que não foi aceitável”, declarou Magnus Andersson após o término da contenda.
No próximo sábado (19h00, FC Porto TV/Porto Canal), o Dragão Arena volta a abrir portas ao Andebol 1 para receber o ABC de Braga.
FICHA DE JOGO
MONTPELLIER-FC PORTO, 35-27
Liga dos Campeões, play-off, 2.ª mão
6 de abril de 2022
FDI Stadium, em Montpellier (França)
Árbitros: Mads Hansen e Jesper Madsen (Dinamarca)
MONTPELLIER: Marin Sego, Charles Bolzinger e Kevin Bonnefoi (g.r.); Alexis Berthier (1), Diego Simonet (5), Kyllian Villeminot (6), Hugo Descat (7), Lucas Pellas (1), Benjamin Bataille, Marko Panic (3), Arthur Lenne (3), Valentin Porte (3), Yanis Lenne (4), Karl Wallinius (3), Gilberto Duarte (1) e Veron Nacinovic
Treinador: Patrice Canayer
FC PORTO: Nikola Mitrevski e Sebastian Frandsen (g.r.); Pedro Valdés (1), Victor Iturriza (2), Pedro Cruz (3), Diogo Oliveira, Djibril M’Bengue (1), Rui Silva (1), Daymaro Salina (6), Ivan Sliskovic (2), Leonel Fernandes (2), Diogo Branquinho (2), António Areia, Miguel Alves (1), Jesus Hurtado e Fábio Magalhães (5)
Treinador: Magnus Andersson
Ao intervalo: 19-11
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