“Era alguém que percebia de futebol. Era uma pessoa em quem acreditávamos como treinador e como homem”, “era uma pessoa exigente, simpática, com um grande conhecimento a nível futebolístico, que nos ensinou imensas coisas”, um Homem “que entregou sem medo a baliza do FC Porto a um jovem de 18 anos” e que deu “lições de futebol e de vida”. Assim foi lembrado Artur Jorge pelos seus pupilos, aqueles que reproduziram vezes sem fim as ideias brilhantes de um treinador “acima da média” dentro do campo.

“Vocês têm 45 minutos para entrar na história”, frase dita no balneário no intervalo da final da Liga dos Campeões de 1987 que galvanizou a equipa para uma vitória contra o favorito Bayern de Munique, é a mais recordada. O agradecimento eterno é a marca que perdurará nos corações de atletas como João Pinto, Bandeirinha, Madjer, Paulo Futre, Vítor Baía e Domingos Paciência.

João Pinto
“Era uma pessoa que, quando veio treinar o FC Porto, tinha uma cultura acima da média. Era alguém que percebia de futebol. Era uma pessoa em quem acreditávamos como treinador e como homem e, infelizmente, na manhã de hoje chegou-nos a notícia. É triste para o FC Porto, para quem trabalhou com ele, para o futebol português e até europeu, já que ele, como treinador, não só ganhou títulos a nível nacional, como internacional. Exemplo disso é a primeira Liga dos Campeões que o FC Porto ganhou, uma equipa comandada pelo Senhor Artur Jorge. O que me recordo mais facilmente é a conversa no intervalo da final da Champions: ele corrigiu o que estava menos bem na primeira parte e disse a frase ‘vocês têm 45 minutos para entrar na história, não só do futebol português como do futebol europeu’. Galvanizou-nos e ainda bem que deu frutos, acabámos por ganhar essa prova.”

Bandeirinha
“Foi a pessoa que me foi buscar quando eu jogava na Académica em 1986. Era uma pessoa exigente, simpática, com um grande conhecimento a nível futebolístico, que nos ensinou imensas coisas. É com grande pesar que tive conhecimento desta notícia.”

Madjer
“Tomei conhecimento da triste notícia do falecimento do meu antigo treinador Artur Jorge, com quem conquistei vários títulos incluindo a Taça dos Campeões Europeus de 1987. Gostaria de apresentar as minhas sinceras condolências à sua família e ao FC Porto. Descansa em paz.”

Paulo Futre
“‘Vocês têm 45 minutos para entrar na história’. E entrámos! Nunca esquecerei essas palavras nem me esquecerei de si. Obrigado por tudo. Até sempre, eterno Mister. Os meus mais sinceros pêsames a toda a sua família.”

Vítor Baía
“Treinador e Homem que recordarei como um dos maiores de sempre. Lembro o dia em que entregou sem medo a baliza do FC Porto a um jovem de 18 anos. Lembro sobretudo as lições de futebol e de vida que sempre transmitiu a quem com ele trabalhou. Obrigado, Mister. Até sempre.”

Domingos Paciência
“Tenho várias histórias com o Artur Jorge. Tinha eu 17 anos e era ainda júnior quando integrei o plantel sénior do FC Porto, que depois se viria a sagrar campeão europeu. Depois, aos 22 anos, o Artur Jorge volta de França para reassumir o comando técnico do FC Porto. Na seleção também trabalhei com ele, pois foi selecionador nacional. Em 1997/98, também me cruzei com ele no Tenerife. Foram épocas marcantes na minha carreira, para o FC Porto e para a seleção nacional também. Acima de tudo, guardo uma imagem de um homem com uma personalidade forte, muito organizado e muito competente. Mais tarde, já em 1997, fiquei também com a ideia de que era um treinador muito próximo dos jogadores, um amigo.”