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João Mário, Diogo Costa, Gonçalo Borges e Romário Baró recordaram a final four da Youth League de 2019 e deixaram conselhos à equipa que partiu para Nyon

Há cinco anos, era a vez deles de viajar para a Suíça para provarem o seu valor na “mais prestigiante” competição do futebol de formação. Agora, com essa conquista no currículo, Diogo Costa, João Mário, Gonçalo Borges e Romário Baró lembraram os bons momentos vividos em Nyon e deixaram conselhos aos mais novos, que vão iniciar nesta sexta-feira o percurso na final four da Youth League.

As memórias de um passado de excelência
“O reencontro com os colegas” é o primeiro motivo de destaque e de sorriso para Diogo Costa, que “já na altura estava na equipa A a treinar mais consecutivamente” e gostava de se “juntar com os colegas de formação”. A amizade bem patente, confirmada por João Mário, para quem havia “um espírito de equipa muito bom entre todos e muita entreajuda”, foi um dos maiores trunfos para o que o guarda-redes pensa ter sido um “reafirmar da formação do clube” e um momento “muito importante” para a carreira futura, tal como o lateral direito, que considera ter sido “especial e marcante para todos”.

As memórias de Gonçalo Borges vão até um momento mais preciso, uma conversa na véspera da final em que a ambição veio ao de cima: “O mister estava a perguntar o que achávamos que iria acontecer e os meus colegas estavam a dizer ‘ah temos de jogar bem, estarmos juntos e ver se conseguimos ganhar’ e eu lembro-me de dizer ‘já que estamos aqui, vamos ganhar isto’. Depois acabou por acontecer, é a melhor memória que tenho”. Cinco anos depois, Romário Baró ainda esboça sorrisos quando lembra a “meia-final por causa do golo” e a “celebração com os colegas” na final.

A vantagem da experiência profissional
Tal como no panorama atual há atletas a dar cartas no futebol profissional, ao serviço da equipa B, também em 2019 havia ritmos de desenvolvimento distintos que foram benéficos para o plantel. Essa é uma vantagem para os Dragões, concordam Gonçalo Borges, João Mário e Diogo Costa.

Para o extremo, “dá uma maturidade diferente jogar no escalão acima, dá outro estofo”, enquanto o camisola 23 garante que “é uma mais-valia, estão mais preparados, estão a jogar ao mais alto nível” e o 99 completa: “Isso tem de dar confiança aos companheiros de equipa e fazê-los perceber a importância de evoluírem para chegarem ao patamar mais alto possível. Obviamente que ajuda aprender com os melhores, eles querem levar isso para dentro do campo para ajudarem a equipa ao máximo”.

Um formato único na Europa
Esta tem a particularidade de ser a única competição europeia decidida no formato de final four, o que pode suscitar dúvidas sobre a abordagem a ter ou que pensamentos serão os mais corretos. Os mais experientes esclarecem tudo. “O segredo ou conselho que posso dar é para pensarem no primeiro jogo e não na final. É jogo a jogo, seguir o caminho mais simples é sempre o melhor”, explica o guardião da equipa principal.

Os nervos embarcarão certamente para a Suíça, mas a normalização desse estado emocional e a entreajuda no plantel podem ser chave para o FC Porto chegar novamente a bom porto. “Não costumávamos jogar com tanta gente no estádio, chegar lá a uma competição como a Liga dos Campeões jovem, podermos ver todas aquelas pessoas e o mediatismo que havia na altura foi muito bom para nós. Foi um bocado enervante porque sabíamos que tínhamos de ganhar para passar à final, só havia um jogo e claro que há sempre aquele nervoso miudinho antes do jogo. A partir do momento em que o jogo começa, soltámo-nos. Fizemos grandes jogos e ficámos para a história”, conta João Mário antes de Diogo Costa partilhar: “São nervos bons, haverá sempre nervos em todos os jogos, mas servem para estarmos mais alerta ao longo do jogo”.

Como controlá-los? Gonçalo Borges ensina – “às vezes os nervos vinham ao de cima, mas suavizávamos com brincadeiras, com risotas. Mesmo antes da final, a malta estava nervosa, como é normal, mas tranquilos. No almoço, estávamos serenos a conversar, a rir, a brincar um bocadinho” – e Romário resume: “Éramos uma verdadeira equipa, uma família com bons jogadores”.

Uma oportunidade única na carreira
O desafio é grande, mas tudo compensa por uma oportunidade de ficar na história do futebol internacional. A Youth League mudou a vida de muitos jovens que durante anos alimentaram o sonho de terem uma carreira profissional. Os entrevistados não fugiram à regra.

Para Diogo Costa, este “é o título mais importante das camadas jovens e é muito importante pelo estatuto que criam e para se afirmarem nas equipas principais”. A opinião é partilhada por Romário Baró, para quem “ganhar a Youth League é o sonho de qualquer miúdo que joga na formação” e que beneficiou tremendamente dessa conquista: “Ajudou muito a minha carreira, foi um passo muito importante para nós. Subi logo à equipa principal, as coisas melhoraram para mim”.

João Mário vê a prova como “a competição mais importante a nível de formação e com mais prestígio no futebol” e garante que “ser campeão da Europa jovem vai sempre ficar marcado na carreira”: “Vou recordar para toda a minha vida esse momento com muito carinho. Essa conquista foi importante, fiz uma época muito boa e consegui mostrar o meu potencial nessa competição tão prestigiante. Senti que podia continuar a evoluir e sem dúvida que me deu uma motivação extra para continuar a trabalhar e chegar à equipa principal, que foi o que acabou por acontecer”.

Quem é quem?
As gerações passam, o futebol muda, mas os princípios mantêm-se. Convidados a identificar semelhanças ou talentos que destaquem na equipa atual, os seniores não hesitaram em apontar qualidades.

Ao passo que João Mário designou de imediato Martim Fernandes como o elemento com quem mais se identifica, antes de elogiar a “muita qualidade” e o “muito potencial” do lateral e ainda renovar a crença de que o clube pode “ganhar outra vez” a prova, Romário Baró apelidou Rodrigo Mora de “craque” e Diogo Costa destacou a “vontade de ganhar” de Diogo Fernandes e Gonçalo Ribeiro: “São guarda-redes que vejo que têm muita vontade de ganhar, de ajudar a equipa a não sofrer golos e isso é muito bom. São miúdos com muita qualidade e espero que a equipa se aproveite disso e possam ser felizes todos juntos”.

As mensagens a reter
Desfrutar, manter a identidade, adicionar irreverência e ganhar. Os conselhos de quem já esteve no momento das decisões são autênticas lições que os mais novos poderão ter em conta quando pisarem o Colovray Sports Centre, em Nyon.

“O conselho que gostaria de dar à equipa é que sobretudo desfrutem da competição, pensem neste jogo primeiro, jogo a jogo como fizeram desde início, e que o coletivo é sempre o mais importante”, começou por dizer Diogo Costa, que desejou ainda  “a maior sorte do mundo para que possam ganhar este jogo, passar à próxima fase, conseguir mais um título para o nosso clube e que, com esse título, se consigam afirmar nas equipas seniores”.

“Máxima seriedade” foi a palavra de ordem deixada por João Mário, que aconselhou os juniores a encararem “a prova como têm feito até este momento” porque “a caminhada que têm feito tem sido muito boa”: “Confiem muito na qualidade de jogo que têm e que todos os jogadores se ajudem. Se fizerem isso, estão mais perto da vitória”.

Romário Baró foi incisivo ao pedir que se pense “primeiro na meia-final e depois a final logo se vê”, enquanto para Gonçalo Borges a “irreverência” pode trazer o triunfo: “Mesmo com os nervos do jogo, continuem a ser vocês mesmos. Isso vai trazer a vitória. Foi muito importante termos experiência, mas tínhamos também muita irreverência, isso é chave para uma final de dois jogos, que é o que isto é no fundo. É preciso terem maturidade, mas a irreverência muitas vezes traz a vitória”.

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