Antigos jogadores do FC Porto lembraram Jorge Costa, “um líder nato”
“Guerreiro”, “líder” e “animal competitivo”, mas também “adorável”, “gentlemen” e “empático”. Na hora de recordarem Jorge Costa, os antigos atletas do FC Porto que se deslocaram ao Estádio do Dragão evocaram “o privilégio” de conhecer “um líder fantástico” que “nunca deixava ninguém para trás”. A morte de um dos símbolos do Clube é, por isso, “um momento bastante triste” e de reflexão para o futuro: “Cabe-nos continuar a mostrar o que ele fez e o legado que deixou nesta casa”.
Rui Barros
“Tivemos muitas batalhas juntos, almoçaradas, foi um guerreiro, ultrapassou as lesões com grande espírito de sacrifício. Era um Bicho nos treinos, fora do campo era adorável, uma simpatia, dentro do campo lutava pelos seus sonhos, o que idealizava para a vida dele, um grandíssimo jogador do FC Porto e da seleção nacional. Havia uma união muito grande no nosso grupo. Teve oportunidade de regressar ao Clube que adorava. Falei com ele antes do estágio e voltei a falar com ele no domingo, e estava feliz, estava no Clube dele. Estava muito mais integrado no grupo nestas novas funções, numa posição nova, estava muito feliz, foi duro receber esta notícia.”
Derlei
“Infelizmente, estamos aqui reunidos não para o que estamos acostumados, que é comemorar, mas para homenagear um homem bom, um amigo. Estou extremamente triste, deixo condolências à família. Por tudo o que fez pelo FC Porto, é um momento bastante triste, cabe-nos continuar a mostrar o que ele fez e o legado que deixou nesta casa ao acolher tantos jogadores durante o período em que esteve como atleta e dirigente. Sou um privilegiado por poder ter vivido a mística do clube com o Jorge Costa.”
Bruno Moraes
“É com profunda tristeza que nos reunimos hoje. Tive o privilégio de conviver com Jorge Costa. Só tenho palavras de admiração: era um capitão fantástico, um gentleman fora de campo, alguém com empatia e que nunca deixava ninguém para trás. Dentro de campo, era um animal competitivo que carregava muito o que era o FC Porto. Ele era o FC Porto. A forma de estar e de competir, a agressividade e a fome imensa de ganhar faziam dele um líder fantástico. Em 2003/04, tínhamos um balneário muito forte rodeado de grandes jogadores com experiência, mas acima de todos estava ele, um líder nato que ajudava muito a equipa técnica e os companheiros a formar uma equipa muito forte.”
Hélder Barbosa
“Tive o privilégio de o conhecer. Foi a grande referência da mística da minha geração, era mística de cabeça aos pés. Foi uma pessoa que me marcou muito. Tinha uma liderança muito natural. Para nós, jovens, chegar a um balneário com tantos nomes, tantos craques, era ele que nos agarrava e nos ajudava. Tenho muito a agradecer-lhe.”
Ukra
“Sempre disse que o Jorge era o meu pai no futebol. Deu-me oportunidade de me mostrar, indicou-me o caminho certo também. Mais do que tudo era a pessoa: incrível, amoroso, amigo, sempre disposto a ajudar o próximo. A partir de hoje vou recordá-lo muito mais, ele merece. Tenho uma mágoa dentro de mim. Aquilo que sou hoje tem muito do Jorge. Passou-nos sempre a mensagem de darmos o máximo, por ser a nossa obrigação enquanto profissionais. Ficam boas recordações. Não é só a família portista que perde o Jorge, mas também o futebol nacional.”
Costinha
“O Bicho era uma pessoa única na liderança, na forma de estar e na forma de tratar as pessoas. Muito competitivo dentro do campo e extremamente afável fora. Era natural que as pessoas que não fossem do clube que o Bicho ama também o adorassem. Todos gostariam de ter um Bicho no plantel porque fazia cumprir os valores do Clube e o que significa jogar no FC Porto, não só nos jogos, mas nos treinos também. Quando a fasquia estava baixa nos treinos, ele era o primeiro a apimentar para no fim de semana termos rendimento. Só de olhar para ele, já percebes que está ali alguém imponente que marca. O Jorge, quando chega em 2001, eu conhecia-o da seleção. Tínhamos afinidade no treino, tratava-me por príncipe por ter vindo do Mónaco. Ele mudou-se para o Charlton, mas isso não mudou as duas ou três chamadas que fazíamos por semana. Não sabia que eu era dos jogadores com mais jogos ao lado do Jorge costa, mas sinto-me extremamente honrado por ter partilhado o campo com este líder. Há aqui uma ligação forte e, quando começou a carreira de treinador, ia muitas vezes ter com ele. Era um grande amigo.”
Ricardo Costa
“Nasci para o futebol a ver o Jorge Costa e o Fernando Couto como dupla de referência. Era o meu ídolo, a pessoa que eu mais admirava. Estudava todos os movimentos dele, a fome de vencer, o ajudar o colega nos momentos de maior dificuldade, ir ao posto médico ver como os colegas estavam. Na primeira vez que fui treinar a equipa principal, estava a treinar e apareceu-me à frente o Bicho. Nem sabia onde me pôr. Tu sentes isto e fica para sempre. Estar ao lado daquele ídolo era um privilégio, lutar com ele ao meu lado. No primeiro jogo em que formámos dupla, ele disse-me “boa sorte miúdo, estás preparado” e isso deixa-te muito mais seguro e confiante. O que ele mais queria era festejar e estar com o estádio cheio. Quando recebes a notícia de que o teu ídolo partiu, é muito complicado.”
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