O FC Porto perdeu contra o Galatasaray na primeira mão dos 16 avos de final da Taça CEV e vai à Turquia, na próxima quarta-feira, com uma desvantagem de dois sets (1-3). No rescaldo de um jogo que “podia ter corrido ainda melhor”, Miguel Coelho lamentou o desperdício de uma oportunidade única para “ganhar mais um set a uma das melhores equipas do mundo” e de “empurrar o jogo para a negra, porque o público inacreditável merecia ter visto um quinto set” no Dragão Arena.

Uma constelação de estrelas
“Mantendo os pés no chão e a humildade, sem perder a ambição, este jogo podia ter corrido ainda melhor. Elas têm uma das melhores equipas do mundo, não jogaram com todo o seu potencial, a melhor atacante ficou de fora, mas, da equipa que jogou contra nós, a Lukasik é a ponta titular da seleção da Polónia, a Frantti era titular na seleção dos Estados Unidos, a Kaja da seleção da Bélgica, a Britt e a Timmerman da seleção holandesa, tudo titulares.”
 
Resumo da partida
“Esta é a humildade que eu continuo a ter, porque se puxar isto um pouquinho mais para o lado da ambição, vejo que este quarto set, mesmo correndo atrás do resultado, foi ainda mais honroso. No segundo set nós não conseguimos equilibrar logo desde o início, eles descolaram e são muito difíceis de apanhar. Notaram-se diferenças claras na bola alta, quando a Frantti e a Lucasik tiveram espaço para atacar no meio do campo, não tanto a Carutasu, mas mais as duas pontas que fizeram claramente a diferença. Se nós olharmos para este quarto set, conseguimos ver que perdemos por nossa causa.”

Perto de fazer história
“Antes do jogo, não é nenhum segredo, eu disse à equipa que ia jogar contra o Galatasaray e sentir o poder de ataque deles, mas noutras alturas bastava fazer coisas simples bem feitas, como fazemos no nosso campeonato e como fizemos hoje. No quarto set deixámo-las pontuar de amorti em situações identificadas, bem trabalhadas por elas na mesma, mas situações em que costumamos ser francamente melhores. Isso distorce a realidade de sabermos que elas têm poder de fogo e na largada acabaram por nos surpreender, porque de facto vimos uma dimensão física muito grande acima da rede. Elas pontuaram muito de amorti e, se não tivessem pontuado, nós conseguíamos ter continuado a controlar o set. Pontuaram em serviços mais fáceis, menos agressivos, e conseguíamos ter feito melhor, por isso vou manter a humildade, vou manter a ideia geral para esta competição, depois de defrontar uma melhores equipas do mundo. Se tivéssemos feito uma destas bolas que eu acabei de referir, se calhar tínhamos ganho mais um set a uma das melhores equipas do mundo. Mas não ganhámos, por isso esta ambição também tem que andar aqui lado a lado.”

1.426 portistas nas bancadas
“Sobretudo tenho pena. Se calhar não é a melhor palavra, mas é que me ocorre, deste desfecho em casa contra uma das melhores equipas do mundo, pelo que as atletas têm feito durante a semana, e pelo que fizeram hoje, fico com alguma pena por não termos empurrado este jogo para a negra, até porque este público inacreditável merecia ter visto um quinto set. São estes os sentimentos que me vão na alma, bem lúcidos depois de um jogo quente, mas faltou-nos um pouquinho e merecíamos outro desfecho nesta ponta final de quarto set.”