O FC Porto venceu em Guimarães, por 2-1, e reduziu para um ponto a diferença que o separa da liderança do campeonato, mas o jogo da 21.ª jornada ficou marcado pelos insultos racistas de que foi alvo Moussa Marega, o autor do segundo golo dos Dragões no Estádio D. Afonso Henriques.

Através de comunicados, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal repudiaram veementemente as incidências relacionadas com o avançado internacional maliano do FC Porto. Face aos insultos de que foi vítima, o número 11 dos Dragões decidiu abandonar o relvado pouco depois dos 70 minutos.

Nem o Governo, através de João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, deixou passar incólume um episódio que só pode envergonhar o futebol português, manifestando-se solidário com Moussa Marega e garantindo que os responsáveis serão identificados e punidos.

As recções não se ficam por aqui e ultrapassam consideravelmente as fronteiras de Portugal, pois o racismo sofrido por Marega foi noticiado em Espanha, França, Itália, Brasil, etc. Anthony Martial, jogador francês do Manchester United, só a título de exemplo, também se solidarizou com Moussa Marega.

Por cá, dezenas de clubes da Liga NOS e da LigaPro reagiram e demonstraram o seu apoio a Moussa Marega, tal como o Borussia Dortmund e o Bayer Leverkusen (nosso adversário nos 16 avos de final da Liga Europa), da Alemanha, o AC Milan, de Itália, e o Vasco da Gama, do Brasil. A título individual, Felipe (Atlético de Madrid), Éder Militão (Real Madrid), Mangala (Valência), Ricardo Quaresma (Kasimpasa) e Gonçalo Paciência (Eintracht Frankfurt), ex-jogadores do FC Porto, bem como Jorge Silas e Sebastián Coates, treinador e capitão do Sporting, respetivamente, deixaram palavras de conforto ao internacional maliano.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e António Costa, primeiro-ministro, também não deixaram passar em claro a situação, condenando o sucedido e elogiando o comportamento de Moussa Marega. André Villa-Boas, atual treinador do Marselha, expressou solidariedade com o número 11 do FC Porto e falou em "vergonha".