Uma das famílias reais europeias está de visita à capital do Reino Unido e espera regressar a casa com um lugar à mesa dos oito melhores do Velho Continente. Esta terça-feira, a partir das 20 horas, o FC Porto sobe ao relvado do Arsenal decidido a voltar a marcar presença nos quartos de final da Liga dos Campeões.

Assim que os sinos do Big Ben toquem as oito baladas, Dragões e Gunners digladiam-se por um lugar na fase seguinte da principal prova de clubes do planeta. Na primeira mão, que a cidade Invicta acolheu há duas semanas, um golo de Galeno ao minuto 94 garantiu a vantagem mínima que os portistas terão que defender com unhas e dentes em solo inglês.

Quando ecoar o apito inicial de Clément Turpin - árbitro de boas (duas vitórias), médias (um empate) e más memórias (uma derrota) - mais de três mil portistas irão fazer-se ouvir num recinto em tudo semelhante ao Estádio da Luz - ou não tivesse sido idealizado pelos mesmos arquitetos.

O histórico entre os dois conjuntos resume-se de forma simples: nos sete duelos de caráter oficial diante dos nortenhos de Londres, os nortenhos de Portugal ganharam três (2008, 2010 e 2024), perderam outros tantos (2006, 2008 e 2010) e empataram um (2006). Os resultados em terras de Sua Majestade têm sido amplamente favoráveis aos visitados, uma tendência para reverter. 

Nos 23 encontros que disputou fora de portas frente a adversários ingleses, o FC Porto só venceu um - em Sevilha, contra o Chelsea, com o mesmo juiz gaulês -, empatou três e perdeu 19. O registo de 11 golos marcados e 56 sofridos não é animador, mas os azuis e brancos não são conhecidos por rejeitarem bons desafios.

Em Heathrow, o mais movimentado aeroporto europeu e o segundo em número de passageiros a nível mundial, aterrou uma comitiva de 24 jogadores - entre eles Mehdi Taremi, recuperado de um problema no adutor da coxa direita. Gonçalo Ribeiro, Marcano e Zaidu continuam lesionados e fora dos convocados.

Se o FC Porto vive um momento de forma positivo após triunfos convincentes ante o Benfica (5-0) e em Portimão (3-0), o que dizer do Arsenal, líder do respetivo campeonato com os mesmos 64 pontos do Liverpool e mais um do que o Campeão Europeu Manchester City? 

Sempre a vencer nas competições internas desde 7 de janeiro, há oito jogos consecutivos, os comandantes da Premier League têm destruído as defesas adversárias e somado bons resultados atrás de bons resultados. Que o digam o Crystal Palace (5-0), o Liverpool (3-1), o West Ham (6-0), o Burnley (5-0), o Newcastle (4-1) ou o Sheffield United (6-0).

Os defesas Jurrien Timber e Takehiro Tomiyasu são as únicas baixas confirmadas do lado vermelho, numa altura em que se adensam as dúvidas quanto ao estado físico de Gabriel Martinelli. Mikel Arteta dispõe do segundo plantel mais valioso do mundo (cotado pelo TransferMarkt em 1,11 mil milhões de euros), pelo que boas opções nunca lhe faltarão.

Bukayo Saka (16 golos e 15 assistências) encabeça uma constelação de estrelas como Declan Rice (contratado no Verão por 116 milhões de euros), o capitão Martin Odegaard (ex-Real Madrid), o promissor William Saliba (o terceiro central mais valioso da atualidade), os internacionais brasileiros Gabriel Martinelli, Gabriel Magalhães e Gabriel Jesus, o alemão Kai Havertz ou o britânico Ben White (defesa adquirido por quase 60 milhões de euros). Fábio Vieira é o único atleta que já envergou as duas camisolas e continua às ordens do técnico basco que tratou da sua emancipação.

Na antevisão da visita ao terreno de um coletivo “bem treinado e com excelentes individualidades”, Sérgio Conceição garantiu que “quando a bola começar a rolar existe qualidade de um lado e do outro”, por isso encara o adversário “com respeito e não com qualquer tipo de receio ou medo”.

Ciente de que “cada jogo tem a sua história” e de que “há correções a fazer”, o mister reforça a necessidade de os atletas estarem “preparados para dar uma resposta positiva a nível defensivo olhando sempre para a baliza adversária”, porque o objetivo passa por “disputar e ganhar o jogo”. 

Na ótica de Sérgio Conceição, o Arsenal “vai causar problemas diferentes, vai querer ser mais competente do que foi no Dragão” e no seio do grupo está tudo pronto para “ir à luta” por um lugar no top-8 europeu.