Figuras do desporto e da sociedade prestam uma última homenagem a Jorge Costa
“A morte traz saudade” e muitas figuras do desporto nacional e da sociedade civil têm acorrido ao Estádio do Dragão para se despedirem de Jorge Costa, “um jogador e um portista extraordinário” que “ajudou a construir a glória” e “vai ser sempre visto como um representante maior dos valores que fazem do FC Porto o Clube que é”.
As portas do recinto abriram às 15h00 para todos aqueles que pretendam prestar uma última homenagem ao lendário Capitão e a entrada faz-se pelo Parque 1 até às 22h00.
Manuel Pizarro, membro do Conselho Superior do FC Porto
“Estou comovido. Jorge Costa é um dos heróis da minha vida. É um jogador extraordinário, mas mais do que jogador, era um portista extraordinário. Víamos o Jorge Costa a jogar e víamos uma esperança. Ele dava sempre o melhor de si e obrigava todos os outros a fazerem o mesmo. É um exemplo, talvez o maior, dos valores do FC Porto. Fez coisas extraordinárias, era um jogador insuperável e ajudou a fazer a glória destas últimas décadas do FC Porto. Representou também a seleção portuguesa, com um espírito muito combativo, mas era uma pessoa muito afável e humilde - uma pessoa de quem se gosta verdadeiramente. Alguém que faz o que ele fez pelo FC Porto é imortal na galeria dos Dragões. Vai ser sempre visto como um representante maior dos valores que fazem do FC Porto o Clube que é.”
Miguel Maia, antigo jogador de voleibol
“Sou amigo do Jorge há mais de 40 anos, fizemos férias juntos no Campismo em Cortegaça, jogámos vários anos juntos e criámos uma amizade que perdurou ao longo da vida, apesar de termos seguido caminhos completamente diferentes, a amizade ficou para sempre. Aconteceu aquilo que ninguém esperava e são estes momentos que nos entristecem e deixam a pensar. Sinto um carinho muito grande pelo Jorge, que antes de ser o Jorge Costa era o Jó - o meu amigo. Convivemos durante muitos anos de manhã à noite e isso deixa saudades. Era uma excelente pessoa, um atleta de referência e um exemplo que partiu cedo. É muito triste vê-lo partir. Temos de honrar aquilo que ele fez até aqui.”
Pedro Pauleta, antigo internacional português
“Dentro do campo era aquilo que toda a gente conhecia, fora do campo era formidável, uma pessoa feliz, amigo do amigo, sempre bem-disposto e com um sorriso muito próprio. Gostávamos todos dele, não só na seleção nacional, mas todos os jogadores de equipas rivais. Era uma pessoa única. Ainda tinha muito para dar ao futebol português. Todos os portugueses devem estar orgulhosos do percurso dele, ganhou tudo o que havia para ganhar no Clube e ganhou títulos na seleção nacional também. Vai ficar na memória de todos os portugueses. Estava de regresso ao clube do coração e via-se que estava feliz, notava-se a alegria dele. O FC Porto era tudo para ele.”
Fernando Póvoas, antigo médico do FC Porto
“Parte um amigo. Um amigo de mais de 30 anos. Tive o privilégio de lhe fazer os exames médicos quando chegou ao FC Porto ainda jovem, tímido. Foi sempre tímido, era um “Bicho” bravo e lutador dentro do campo, mas fora era muito tranquilo. Fazia amigos com facilidade e toda a gente gostava dele, até os adversários lhe tinham respeito e admiração. Deixa-nos um vazio porque efetivamente era uma boa pessoa. Não merecia partir tão cedo. Estava num lugar que tanto ambicionava e sentia-o muito feliz. É uma injustiça.”
Margarida Balseiro Lopes, ministra da Cultura, Juventude e Desporto
“Perdemos um símbolo do FC Porto e da seleção nacional. O Governo veio prestar homenagem a um grande jogador e a um grande ser humano. Temos ouvido vários relatos de pessoas que privaram com Jorge Costa e, portanto, hoje é um dia para dar as condolências à família de sangue e à família do coração, ao FC Porto e à Federação Portuguesa de Futebol. É dia de prestar tributo a um grande ser humano que nos deixou ontem.”
Miguel Brás da Cunha, membro do Conselho Superior do FC Porto
“São dias difíceis para qualquer portista. Jorge Costa está marcado no coração de todos os portistas pelo exemplo que dava. Se puxarmos pela memória, somos capazes de encontrar centenas de jogos em que Jorge Costa foi o capitão, mesmo não tendo a braçadeira. Aquele jogo do Restelo é um bom exemplo. No meio desta enorme tristeza, temos de nos agarrar à memória de alguém marcante que elevou o FC Porto ao mais alto nível e esteve presente nos momentos mais importantes da nossa história. Foi o homem que levantou as taças que nos dão glória. É isso que fica. O rumo é este: colocar o FC Porto acima de tudo e fazer do FC Porto um Clube maior. Foi isso que ele fez e merece de todos nós um agradecimento. O Jorge Costa é um dos nossos melhores.”
João Vieira Pinto, antigo internacional português
“O Jorge era meu amigo, crescemos juntos, viajámos muitas vezes de comboio do Porto para Lisboa com a esperança de sermos jogadores profissionais de futebol e partilhámos muitas lutas. Tomei conhecimento hoje de que sou o adversário contra quem ele jogou mais vezes, mas a verdade é que jogámos muitas mais vezes juntos do que um contra o outro. É um momento muito triste. Liderou sempre pelo exemplo e pela força que metia nas coisas, era um vencedor. Fizemos parte de uma geração que mudou a cultura desportiva em Portugal e fez com que os resultados começassem a aparecer. O Jorge, através do exemplo, foi um dos líderes que levou Portugal a ser uma potência no futebol. Tenho pena por isto ter acontecido na altura em que ele finalmente conseguiu regressar ao Clube do coração. Sabendo que ele estava feliz ainda dói mais.”
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores
“Estou aqui em representação dos jogadores e do futebol português, mas também a título pessoal. Jorge Costa era uma pessoa que me dizia muito. Quando tomei posse em 2004, ele foi uma das pessoas que me acompanhou e estou convencido de que ele fez de mim o que eu sou hoje. A alma, credibilidade e inspiração dessa geração de ouro fez toda a diferença. É com uma enorme tristeza que estou aqui hoje, porque perdi um amigo. O futebol perdeu um homem bom, que faz a diferença e inspira. Temos de honrar a memória do Jorge porque ele merece. Era grande demais. Era um homem simples, mas acelerado, andava sempre a correr. Era amigo do amigo e estava sempre disponível. Isso faz falta. O Jorge disse-me muito durante muito tempo e vai continuar a dizer.”
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