O FC Porto estreia-se na Liga Europa frente ao FC Salzburg (quinta-feira, 20h00) e Francesco Farioli perspetiva “um jogo difícil e desafiante” com “diferentes cenários” e pede aos jogadores que sejam “inteligentes a geri-los”. Ciente de que “ainda há muito a fazer” e de que “tudo pode mudar muito rapidamente”, o técnico italiano assegura que o grupo “não está relaxado” e lembra: “Este bom momento só nos deixa mais alerta e exigimos ainda mais de nós”.

Depois de pisar um relvado “que não está ao nível de uma noite europeia”, o treinador azul e branco revelou estar “à espera de um adversário agressivo que vai entrar com força” e afirmou que este “é o momento de transferir o nível de intensidade dos treinos para dentro do campo”. Para “fazer com que esta caminhada dure o máximo de tempo possível”, Francesco Farioli vai “pensar jogo a jogo” e tentar contrariar o histórico recente: “Nos últimos 16 jogos da Liga Europa só vencemos fora duas vezes nos últimos 13 anos e isso é algo que queremos mudar”. 

A ameaça austríaca
“Há algumas semelhanças com a Liga, em alguns momentos do jogo. Depois de analisar o FC Salzburg, torna-se óbvio que são uma equipa com identidade, que pressionam alto nos diferentes cenários, que procuram a verticalidade do jogo, através dos duelos na área. Vai ser um jogo difícil e desafiante. Vai haver momentos em que vamos ter de estar com eles no campo e lutar e outros em que tentaremos impor o nosso ritmo. Vai ser um jogo com diferentes cenários e teremos de ser inteligentes a geri-los.”

O futebol é o momento
“No futebol os momentos negativos estão sempre ao virar da esquina. Tudo pode mudar muito rapidamente, por isso não estamos relaxados. Este bom momento só nos deixa mais alerta e exigimos ainda mais de nós nos pequenos detalhes. Vimos de uma boa série de resultados e não queremos baixar o nível. Esperamos um adversário ainda mais agressivo, que vai entrar com força, mas nós temos de estar preparados.”

Jogo a jogo
“Estamos inseridos em duas competições. Neste momento temos de nos desligar da Liga e voltar as atenções para a Liga Europa, como temos vindo a fazer há dois ou três dias com muita atenção e dedicação. Trabalhámos com o mesmo nível de atenção aos detalhes, com a mesma vontade para darmos o primeiro passo na direção certa. Queremos fazer com que esta caminhada dure o máximo tempo possível. O FC Porto está num canto da Europa e Istambul está no outro, portanto ainda temos muitos passos a dar até lá.”

Um relvado impraticável
“Não é uma desculpa, é um facto. O relvado não está ao nível de uma noite europeia e não garante a segurança dos jogadores. Há várias regras no futebol, às vezes queixam-se de detalhes como a cor das meias, que eu compreendo que também sejam importantes, mas não podemos tolerar que o relvado esteja neste estado, especialmente para atletas que vão jogar mais de 50 jogos neste terreno. Está a expô-los a um risco que não é necessário.”

A força do grupo
“Vamos encarar jogo a jogo. É assim que eu trabalho, tento eleger o melhor onze possível para ficar mais perto de vencer o jogo, tendo em conta a competição em que vou jogar. É um privilégio estar nas competições europeias, mas se houver alterações no onze, isso não é novo para mim. Eu acredito na força do grupo e já tivemos provas de que alguns jogadores estão preparados para sair do banco e fazer um excelente jogo. Vamos entrar numa fase da época em que vamos ter muitos jogos seguidos, especialmente na próxima semana, por isso temos de estar preparados e este é um bom desafio para o grupo. Como o Diogo (Costa) disse, nós tentámos elevar no nosso nível de intensidade nos treinos e agora é o momento de transferir isso para dentro do campo.”

Histórico recente
“É uma coincidência e é interessante. Nos últimos 16 jogos da Liga Europa só vencemos fora duas vezes nos últimos 13 anos e isso é algo que queremos mudar. Amanhã é o primeiro passo nessa direção. Estamos focados no passo seguinte. Sabemos que o FC Porto é um grande Clube com uma grande tradição e isso merece o nosso respeito e atenção.”

Diogo Costa
“Para mim, enquanto treinador, é um privilégio trabalhar com um dos melhores guarda-redes do mundo, não só do ponto de vista técnico, mas também pelo papel que o Diogo assume no grupo e no Clube. É um exemplo em tudo o que faz, ele é muito especial e eu espero que o presidente André Villas-Boas prolongue o contrato dele por muitos anos.”

Muito para melhorar
“Para nós o mais importante é o presente. Queremos retribuir o apoio dos adeptos com trabalho, desejo e paixão. Somos uns sortudos porque cada vez que lhes damos algo, eles retribuem sempre com muito apoio. Os resultados têm sido bons, as prestações também, mas acreditem que ainda há muito a fazer. Eu, a restante equipa técnica e os jogadores temos consciência de que para crescermos ainda é preciso elevar o nosso nível. A consistência ainda não está lá durante os 90 minutos, apesar dos bons momentos que temos durante o jogo. Amanhã o nível será muito alto e não podemos cair na nossa própria armadilha.”

Alberto, Martim e Varela
“Todos estão a recuperar e a preparar-se para voltar, à exceção do Luuk de Jong e do Nehuén Pérez. O Alberto Costa já voltou a treinar, mas ainda temos de avaliar se fará parte do jogo ou não, enquanto o Martim Fernandes e o Alan Varela estão numa posição melhor, mas vamos avaliar a evolução deles amanhã.”

Nuances táticas
“Tentamos acrescentar algo novo a cada jogo, mas também tentamos melhorar aquilo que fazemos diariamente. Somos confrontados com diferentes cenários, as bases estão sempre lá, mas os jogos obrigam-nos a explorar alternativas. Queremos continuar a evoluir e fico muito feliz por ter um grupo tão recetivo.”